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Lupaluna 2012 – Arnaldo Antunes, o texto como linha mestra
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Andre Smirnoff/X-Press On
Arnaldo Antunes, sinônimo de poesia

A poesia em forma de música. Assim pode ser definida a obra de Arnaldo Antunes. Em seu show no festival Lupaluna, no último dia 19/5, em Curitiba, o músico mostrou um repertório que tem como base o CD e DVD “Acústico MTV”, que acaba de ser lançado.

O trabalho faz uma retrospectiva dos 30 anos de carreira do cantor, desde o período com os Titãs, onde a sua forma de escrever já se destacava dentro da banda com canções como “Comida” e “O que”, passando pela fase solo, por sua reunião com Carlinhos Brown e Marisa Monte que resultou no Tribalistas, projeto que rendeu apenas um disco gravado mas com grandes músicas, como o sucesso “Já sei namorar” e pelas suas parcerias gravadas por outros artistas mas que nunca foram cantadas por ele, como “Alma”, conhecida do público na voz da cantora Zélia Duncan.

Curitiba teve o privilégio de receber uma das primeiras apresentações dessa nova turnê. “Nós estamos começando a excursão. Ensaiamos direto, nas últimas semanas, para poder estar aqui estreando o show. Agora começaremos a turnê pelo Brasil”, explicou Arnaldo.

Por uma sugestão da organização do festival, o show teve várias participações especiais. A primeira foi da cantora Mallu Magalhães, cantando a música “Até o fim”. Depois veio Ana Cañas, interpretando “Sem você” e, por último, a veterana Marina Lima com a música “Grávida”, uma parceria entre os dois. Marina é um dos nomes mais importantes do rock feito nos anos 1980, no Brasil, e uma das primeiras mulheres a terem o seu trabalho reconhecido no rock nacional. Segundo Arnaldo, as convidadas são amigas de longa data. ”São 3 cantoras de quem eu sou fã. São minhas parceiras e amigas. Eu já tinha cantado com elas em outras ocasiões. Foi uma alegria vê-las e ensaiar esses números”, afirmou.

O show trouxe algumas músicas bem conhecidas do grande público, como “Socorro”, uma das mais belas composições de sua carreira. “Por favor, uma emoção pequena, qualquer coisa… Qualquer coisa que se sinta. Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva”, diz a letra. Arnaldo terminou a música agradecendo à Alice Ruiz, sua parceira na canção. O triste foi ver que quase ninguém sabia que ela foi feita com a poeta curitibana. Conhecer, e valorizar os artistas do seu estado, da sua terra, é essencial para se construir uma identidade. Isso dá uma bela discussão…

Andre Smirnoff/X-Press On
Edgar Scandurra, um dos maiores nomes do rock nacional

Uma lenda da guitarra

A banda que acompanha Arnaldo tem um dos maiores instrumentistas da história da música brasileira, o guitarrista Edgar Scandurra, ex-Ira!. Ele foi eleito o “guitarrista do ano”, pela antiga revista Bizz, a maior fonte de informação para o consumidor de música no Brasil nos anos 1980, durante alguns anos seguidos. Ter um talento do naipe de Scandurra no grupo faz com que os arranjos fiquem muito bem trabalhados.

Após a apresentação, já nos camarins, Arnaldo elogiou a recepção dos curitibanos ao novo show. “O público recebeu super bem, vibrante, cantando junto. Fiquei muito feliz”, declarou. O cantor acredita que o formato acústico do CD e DVD permite que o artista reveja toda a sua obra. ”Eu estou muito satisfeito com o resultado. Acho que é uma espécie de síntese da carreira. O acústico oferece essa oportunidade de você rever a carreira toda sob uma nova instrumentação, novos arranjos”, explicou.

Arnaldo Antunes é o artista brasileiro que mais dá importância ao texto em suas composições. Deste ponto de vista, a música do cantor é muito mais do que uma forma de os fãs se divertirem em um show. Ela pode servir, também, para despertar nas pessoas o interesse pela língua portuguesa, o que é uma grande sacada.

Confira a entrevista coletiva de Arnaldo Antunes e 3 vídeos do show.

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