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Lupaluna 2012 – Nando Reis “inferniza” o frio curitibano
| Foto:
Andre Smirnoff/X-Press On
Nando Reis e os Infernais

A apresentação de Nando Reis no festival Lupaluna, no último dia 18/5, em Curitiba, gerou sentimentos antagônicos. Em várias partes do espetáculo ele esqueceu as letras das músicas, deixando a condução das canções com a sua excelente banda. Na entrevista coletiva, antes de entrar no palco, o ex-Titã parecia já prever que a noite seria diferente. “Eu sempre tento fazer o melhor show possível mas, ao mesmo tempo, eu não sei o que vai acontecer”, brincou.

Nando é um artista com uma história marcante dentro da música brasileira. Após a sua saída do Titãs, em 2002, ele se destacou muito mais pelas composições que foram gravadas por nomes como Cássia Eller e Marisa Monte do que pelo seu trabalho como cantor. Após essa fase mais “compositor”, ele entrou de cabeça em sua carreira solo, criando e interpretando as suas próprias músicas. A guinada final talvez tenha sido a montagem de sua banda de apoio, ”Os Infernais”. Os músicos tocam com uma pegada voltada para o rock and roll, com muita melodia, perfeita para as suas criações.

O grupo entrou no palco ao som de “Sou dela”. O final da canção teve, como música incidental, “Freedom”, do álbum “Listen without prejudice”, lançado pelo cantor George Michael, ex-Wham!, em 1990. Em seguida, em “O mundo é bão Sebastião!”, o som do violão de Nando sumiu por alguns momentos. Ato contínuo, , ele pegou o microfone e foi para bem perto do público, pedindo para que o ajudassem a cantar.

Em “Do seu lado”, gravada pelo grupo mineiro Jota Quest, Nando teve o primeiro “lapso de memória” da noite, chegando a improvisar a letra. Felizmente essa música tem uma força incrível ao vivo, fazendo com que o público nem ligasse para o esquecimento.

Os temas usados nas letras do cantor são, em sua maioria, voltados para o relacionamento entre pessoas. Escrever sobre o assunto não é uma coisa fácil, pois corre-se o risco de cair na mesmice. Nando consegue falar de amor com extrema maestria, construindo imagens e histórias sempre tocantes.

O repertório para o show foi baseado nos grandes sucessos de sua carreira. “Não dá para fazer uma lista que não seja quase óbvia, com as músicas mais conhecidas”, afirmou. Seguindo essa linha, canções como “All star” e “Relicário” fizeram a alegria dos fãs.

“O segundo sol” fechou a noite. A música, que ficou conhecida do grande público na interpretação da saudosa Cássia Eller, é uma das mais inspiradas composições de Nando Reis e, nesse caso específico, ele nem precisou cantar, pois a plateia levou a música do começo ao fim.

A sensação, ao final do show, é de que a apresentação poderia ter sido melhor se Nando estivesse mais centrado. Apesar da beleza das canções, a “presença de espírito” do artista faz falta, principalmente quando as letras são tão pessoais, ficando mais fortes com o sentimento do próprio compositor.

Confira 3 vídeos do show de Nando Reis.

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