Depois de constatar que o alerta dado por Bill Gates em 2015 veio a se concretizar em 2020, quanto ao perigo de uma pandemia, passei a prestar muita atenção naquilo que figuras de tamanha expressividade têm dito sobre o futuro. Outro personagem que conquistou grande destaque no cenário “preditivo” internacional - e aqui nas minhas colunas - é o fundador do Fórum Econômico Mundial Klaus Schwab. Passei a também acompanhar de perto o que diz o economista alemão, uma vez que suas falas sobre o Grande Reset e o mundo após a crise sanitária trazem um cenário preocupante sobre o que está por vir.
Recentemente, Schwab alertou sobre uma nova pandemia que estaria chegando: a “pandemia cibernética”. Segundo ele, esta seria muito mais letal do que aquela que enfrentamos em 2020, uma vez que sua velocidade de reprodução seria inimaginável. Com um eventual apagão da queda da internet e um ataque hacker a sistemas mundo afora, os prejuízos seriam incalculáveis e as baixa humanas igualmente significativas. Na época, muitos interpretaram a análise como mera especulação, ou como teoria conspiratória. Porém, os últimos dias mostraram que, pelo menos no Brasil, a tese está começando a se concretizar.
Nesta terça-feira (21), o Conect SUS já completa 11 dias fora do ar, depois de ter sido derrubado por um ataque hacker. Ontem (20), outro ataque desativou o sistema interno e excluiu dados da PF e PRF. A CGU (Controladoria-Geral da União) também sofreu uma invasão recente ao seu sistema. O site da Escola Virtual, vinculada ao Ministério da Economia, também foi retirado do ar recentemente. Os sites do Instituto Federal do Paraná e da Universidade Federal do Paraná foram igualmente derrubados. Parece que as previsões de Klaus Schwab já começaram a surtir efeito por aqui.
Mas os “sintomas” dessa nova pandemia não ficam restritos ao Brasil. Em artigo recente, mostrei que os alvos potenciais de um eventual ataque a nível global poderiam ter como alvos os sistemas financeiros globais, as cadeias de suprimento e as redes de energia elétrica. Em 2015, por exemplo, aconteceu na Ucrânia aquele que é considerado o primeiro blecaute causado por hackers, quando cerca de 230 mil pessoas ficaram sem eletricidade por algumas horas. Seria esse o presságio do que está por vir? Pelo menos o Fórum Econômico Mundial e o Ministério das Finanças de Israel já estão se preparando.
Assim como a pandemia de 2020 teve como exercício prévio o Event 201, realizado em outubro de 2019 – numa parceria entre a Universidade Johns Hopkins, o Fórum Econômico Mundial e a Fundação Bill e Melinda Gates – um segundo evento, em julho de 2021, parece ter antecipado a próxima “pandemia”. Estamos falando do Cyber Polygon, que simulou como seria um ataque cibernético às cadeias globais de suprimentos. A inauguração dessa segunda crise parece ter sido o apagão mundial do Facebook, Instagram, WhatsApp, além de outros aplicativos e redes, ocorrido no dia 4 de outubro. Quase 3 bilhões de usuários sentiram na pele as drásticas consequências de uma ofensiva cibernética global num mundo cada vez mais dependente dos serviços digitais.
Mais recentemente, no último dia 10, o Ministério das Finanças de Israel recebeu um exercício de pandemia cibernética muito similar ao Cyber Polygon. Nele, dez países, além do FMI (Fundo Monetário Internacional), o BIS (Banco de Compensações Internacionais) e o Banco Mundial simularam um ataque cibernético contra sistema financeiro global. Apelidado de “Força Coletiva”, o evento teve como foco o aumento da “cooperação internacional que poderia ajudar a minimizar qualquer dano potencial aos mercados financeiros e bancos”, de acordo com matéria da Reuters.
O curioso é que, segundo o Event 201, a pandemia teria início no Brasil, numa fazenda de porcos. Acabou que não foi aqui a disseminação original do novo vírus. Porém, fica a pergunta: será que a “pandemia cibernética” teria no Brasil seu epicentro? Ainda é cedo para dizer, mas sabemos que, caso acontecesse, teria consequências diretas na acirrada corrida política programada para o ano que vem.
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