O presidente dos EUA, Donald Trump| Foto: Shawn Thew/EFE/EPA
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Na última terça-feira (21), no dia seguinte à posse presidencial nos EUA, em sua primeira coletiva de imprensa da nova gestão, Donald Trump reuniu um poderosíssimo trio para anunciar um dos projetos mais ousado da história da humanidade, chamado “Projeto Stargate”. No site da OpenAI - que é a fabricante do ChatGPT e responsável pelo lado operacional do projeto - lemos o seguinte sobre esta nova empresa:

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“Pretende investir US$ 500 bilhões nos próximos quatro anos construindo uma nova infraestrutura de IA para a OpenAI nos Estados Unidos. Começaremos a implantar US$ 100 bilhões imediatamente. Essa infraestrutura garantirá a liderança americana em IA, criará centenas de milhares de empregos americanos e gerará enormes benefícios econômicos para o mundo inteiro”.  Além disso, o texto informa que o empreendimento “apoiará a reindustrialização dos Estados Unidos, mas também fornecerá uma capacidade estratégica para proteger a segurança nacional da América e de seus aliados”.

Veja o aspecto bélico e geopolítico da iniciativa.

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Ao anunciar a novidade, Trump estava acompanhado de Sam Altman (CEO da OpenAI), Masayoshi Son (presidente do SoftBank, responsável pela parte financeira do projeto) e Larry Ellison (presidente do conselho da Oracle, uma das maiores operadoras de data centers nos EUA). Tudo parecia lindo, até o momento em que alguns lembraram o que está por trás dessas figuras. Sam Altman, por exemplo, criou o projeto “World”, aquele que tem escaneado a íris das pessoas mundo afora oferecendo uma “mesada”. Sabemos que este faz parte de um projeto muito polêmico, sobre o qual tenho escrito desde agosto de 2023.

Você sabe que quem vencer a corrida pela inteligência artificial vai dominar o mundo, tanto economicamente como militarmente

Na época, escrevi um artigo explicando que alguns países já começaram a se preocupar com a iniciativa, com preocupações em termos de privacidade (principalmente de crianças) e quanto à ordem financeira. Naquela época, Espanha e Portugal haviam chegado a interromper o serviço em seus territórios, com base no argumento de que usuários tinham poucas informações sobre como sua biometria seria utilizada, assim como o problema da impossibilidade de apagar as informações concedidas à empresa, ou de cancelar a autorização para o uso dos dados biométricos capturados.

Lembrando que a razão da empresa é “distribuir” uma parte do lucro astronômico advindo da inteligência artificial, como parte de uma compensação para aqueles que perderam seus empregos para as máquinas. Em minha singela opinião, seria melhor criar empregos do que dar esmolas. Mas creio que a escassez, a dependência e o controle sejam os verdadeiros objetivos finais. Não podemos esquecer que Sam Altman foi demitido da OpenAI por “não ser honesto e transparente nas mensagens que ele passava para os diretores da empresa”. Mas, uma semana depois, por razões que ainda não entendemos exatamente, ele foi restaurando à sua posição na empresa.

E a coisa fica pior. Sua irmã recentemente o acusou de abuso sexual e um ex-funcionário da empresa que estava atuando como testemunha num processo contra a OpenAI, por infringir direitos autorais, apareceu morto em seu apartamento. Isso apenas três dias depois de ter sido citado pelo New York Times como uma testemunha que está de posse de documentos sensíveis sobre a companhia.

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Você sabe que quem vencer a corrida pela inteligência artificial vai dominar o mundo, tanto economicamente como militarmente. E foi esta controversa figura que Donald Trump escolheu para ser o novo “dono do mundo”. O que você achou disso? Deixe sua opinião nos comentários.

PS: No próximo artigo comentarei mais sobre quem realmente é Larry Ellison, da Oracle, o outro parceiro neste projeto inédito.