Quando eu era criança, um filme me deixou bem “grilado”. Na verdade, havia muitos filmes estranhos que traziam sentimentos bem obscuros para as crianças da década de 80. Posso citar os filmes História sem Fim (1984), A Lenda (1985) e Labirinto (1986). Entretanto, o filme que gostaria de comentar hoje é Highlander II – A Ressurreição, de 1991.
O que me trazia um sentimento ruim naquele filme é que o mundo havia se tornado um lugar escuro, sem sol, sem luz natural. Apenas trevas e escuridão. A história se passa em 2024 (atenção à data), quando a camada de ozônio havia sido completamente destruída pela poluição. Por isso, numa atitude desesperada, como única alternativa restante para garantir a sobrevivência no planeta, foi instalado um escudo protetor nos céus, para impedir que os raios ultravioletas aniquilassem todas as formas de vida. Isso fez com que o mundo ficasse continuamente escuro, criando uma atmosfera bem tenebrosa.
Em 2021 a revista Forbes noticiou que Bill Gates estava financiando pesquisas sobre uma tecnologia para impedir o aquecimento global por meio do escurecimento do sol.
O curioso é que, no filme, há uma personagem chamada Louise. Ela é uma ambientalista que tenta alertar o mundo sobre uma grande conspiração: ela descobriu que a empresa criadora e administradora do escudo está omitindo da população que a camada de ozônio já se regenerou, para que continuasse recebendo fortunas dos governos mundiais pelo serviço prestado. Guarde essa informação. Principalmente a data 2024.
Uma ideia muito semelhante foi usada no filme Matrix, lançando em 1999. Quando as máquinas se tornaram conscientes (naquilo que se chama de “singularidade tecnológica”, tema tratado recentemente aqui, a humanidade desliga os robôs da tomada. Porém, a inteligência artificial descobre uma maneira de utilizar o sol como fonte de energia. Em reposta, os cientistas escurecem o sol lançando micropartículas na atmosfera. Isso leva as máquinas a decidirem utilizar os próprios seres humanos como baterias, mantendo-os em estado de animação suspensa, enquanto suas mentes são conectadas à Matrix, trazendo a falsa ideia de que estão vivendo no mundo “real”. Veja que a medida de escurecer o sol não deu certo. Guarde essa informação também.
A ideia é reduzir a incidência de luz solar por meio de um spray de carbonato de cálcio não tóxico.
Em 2013, foi lançado um novo filme tratando desse tema. Ele se chama Expresso do Amanhã. A história se passa em 2031, 17 anos após o fracasso de um projeto para frear o aquecimento global por meio de injeção estratosférica de aerossol, também com o objetivo de escurecer o sol. Isso acabou esfriando severamente a temperatura, criando uma nova era glacial, e gerando um verdadeiro ecocídio, ou seja, uma destruição em larga escala do meio ambiente.
Você pode pensar: “Ainda bem que isso é apenas ficção”. É aí que entra o problema. Em 2021 a revista Forbes noticiou que Bill Gates estava financiando pesquisas sobre uma tecnologia para impedir o aquecimento global por meio do escurecimento do sol, em conjunto com cientistas da universidade de Harvard. A ideia é reduzir a incidência de luz solar por meio de um spray de carbonato de cálcio não tóxico (CaCO3).
O projeto recebeu o nome de “Stratospheric Controlled Perturbation Experiment” (“Experimento de Perturbação Estratosférica Controlada”). Para você que pensou que se trata apenas de um projeto teórico, saiba que, em junho de 2021, eles lançaram um primeiro balão, sem o carbonato, com o fim de “apenas” avaliar a comunicação dos objetos. Num segundo passo, a ideia é liberar uma quantidade reduzida do CaCO3 na atmosfera.
Hoje o mundo está muito diferente, muito mais aberto a medidas exóticas como essas.
Em 2019, os Estados Unidos, o Brasil e a Arábia Saudita recusaram uma avaliação da ONU sobre esses projetos de “geoengenharia global” com o objetivo de esfriar o planeta. Graças a Deus. O problema é que hoje o mundo está muito diferente, muito mais aberto a medidas exóticas como essas. Veja o que realmente motivou a abordagem deste tema na coluna de hoje.
Uma matéria do último dia 7 na renomada revista Scientific American trouxe um título que me deixou bem preocupado: “Supercomputador ajudará a decidir se deve bloquear o sol”. O subtítulo é ainda mais estranho: “Um novo supercomputador está ajudando os cientistas do clima a determinar se a injeção de aerossóis bloqueadores do sol feitos pelo homem na estratosfera também alteraria as tempestades e as chuvas”. Ou seja: a ideia é entregar às máquinas a decisão sobre realizar ou não uma geoengenharia que poderia levar a um ecocídio. E se as máquinas decidirem que esta seria a melhor opção, não para a preservação da vida humana, mas para garantir os próprios interesses dos robôs?
Creio que o três filmes citados acima podem ser interpretados como experimentos mentais pertinentes, cujos resultados nos mostram que medidas como essa poderiam levar exatamente ao destino que se procura evitar: a destruição do meio ambiente, e possivelmente a extinção da vida no planeta. Seria como no filme Eu sou a Lenda. Na tentativa de encontrar uma cura para o câncer, o vírus do sarampo foi modificado geneticamente, dando a ele a habilidade de eliminar as células doentes. O problema que o projeto saiu pela culatra, gerando uma cepa letal que elimina 90% dos infectados e transforma 9% em vampiros bebedores de sangue que são extremamente vulneráveis à luz. Os demais 1% são aqueles que possuem imunidade ao vírus. Qualquer semelhante com a realidade é mera coincidência.
Fiquei até com vontade de escrever um roteiro para um novo filme. Nesta história, passada no ano 2024, vampiros bebedores de sangue e que odeiam a luz escurecem o mundo para que possam sair tranquilamente às ruas em busca de suas presas, aqueles 1% que são imunes ao vírus da propaganda e da desinformação, e que tentam alertar o mundo que os controladores do planeta são vampiros disfarçados que fazem tudo apenas em busca de seus interesses pessoais, sem se importar com o resto da população.
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