Após o desastroso debate presidencial da última semana, ficou claro que Biden não possui condições cognitivas de continuar na presidência dos EUA. Até mesmo apoiadores tradicionais jogaram a toalha, exigindo que o atual presidente abandone a corrida. Muitos imaginam que a vice-presidente Kamala Harris seria a substituta natural. Porém, sua baixa popularidade preocupa, ainda que ela tenha recentemente ultrapassado Biden no mercado de apostas. Por outro lado, alguns estão clamando para que Michelle Obama seja o nome escolhido, mas ela mesma insiste que “isso não está na sua alma”. Enquanto isso, lideranças nacionais democratas se reuniram com Biden e disseram que ele está ótimo, e segue na disputa. A pergunta que fica é: eles estão sendo transparentes? Ou haveria uma elaborada jogada de marketing acontecendo?
Enquanto os democratas lutam para tentar convencer o mundo de que o octogenário Biden permanece em condições de liderar o país mais poderoso do planeta, alguns dos mais importantes doadores do partido do presidente estão insistindo que ele abandone a corrida. Este é o caso, por exemplo, do megadoador de Hollywood Ari Emanuel. Ele chegou a dizer que Biden “não é mais o candidato”, defendendo que talvez a única maneira de “forçar” Biden a deixar a corrida seria fazer “o dinheiro começar a secar”. Outra importante figura que está defendendo a saída de Biden da corrida é ninguém menos do que o cofundador da Netflix Reed Hastings, que tradicionalmente é um grande doador do partido democrata. Ele afirmou que “Biden precisa se afastar para permitir que um líder democrata vigoroso derrote Trump e nos mantenha seguros e prósperos”.
A estratégia seria Michelle Obama fazer uma entrada tardia, chegando como um azarão. Ela será poupada de fazer campanha por longos meses e chegará como uma surpresa de última hora
Porém, ao contrário do que os doadores estão pedindo, o partido tem insistido (pelo menos publicamente) na figura de Biden como a melhor opção. O que soa muito estranho. Será que eles irão esperar o dinheiro secar? Eu creio que existe a possibilidade de haver uma elaborada estratégia de marketing em jogo. Houve um encontro nesta última quarta-feira (3) na Casa Branca que reuniu todos os 24 governadores democratas. Eles saíram de lá dizendo que o presidente está ótimo, e que ele segue firme na disputa. A própria secretária de Imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, declarou ontem que os boatos de que o presidente estaria considerando a hipótese de abandonar a corrida são “absolutamente falsos”.
Eu já imagino outra hipótese. Creio que os 24 governadores decidiram que Biden irá sair. Apenas concordaram que o momento ideal de fazer este anúncio não seria agora, pensando em marketing estratégico. Talvez eles imaginem que podem usar essa mudança como uma espécie de surpresa a seu favor. Em palestra recente, o apresentador Tucker Carlson afirmou que Biden já está fora. Restaria uma dúvida apenas sobre quando anunciar publicamente isso. Mas qual seria o momento e a figura “coringa” que eles estão guardando?
Alguns analistas acreditam que, apesar de toda a recusa em aceitar o desafio, Michelle Obama será a escolhida. Principalmente depois da divulgação de pesquisas em que ela venceria não apenas o Biden, mas também Trump. Por isso, creio que está muito claro que essa será a opção que resta. A estratégia seria Michelle Obama fazer uma entrada tardia, chegando como um azarão. Ela será poupada de fazer campanha por longos meses e chegará como uma surpresa de última hora.
Após a eventual divulgação de novas pesquisas mostrando que ela seria a única capaz de vencer Trump, e outros levantamentos confirmarem que Kamala não teria chance de superar o ex-presidente, Michelle Obama entraria em cena fazendo uma espécie de “campanha relutante”, colocando a decisão como um tipo de “sacrifício em nome do povo americano”. Ela diria: “Não está na minha alma, mas farei esse esforço para salvar a nação”. Creio que essa pode ser realmente a estratégia que está sendo preparada secretamente pelos democratas.
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