Seria impensável um rei da Inglaterra trabalhando para destruir seu próprio país. Ou um czar russo, um imperador japonês ou mesmo um presidente norte-americano agindo para o enfraquecimento de sua nação. Entretanto, nunca se viu tantos líderes atuando contra seus próprios interesses estratégicos. Talvez, como parte de um plano interno sinistro ou de uma influência externo. Vai saber.
É essa impressão que temos quando vemos o governo holandês exigindo que seus fazendeiros reduzam sua produção de comida, ou quando lemos a recente fala do “czar do clima” John Kerry contra a produção alimentícia nos Estados Unidos. O discurso foi tão pesado contra a agropecuária dos EUA que 27 deputados republicanos pediram ao presidente Biden que repudiasse as observações de seu enviado especial para o clima.
Imagine Júlio César afirmando que o Império Romano deveria produzir menos comida, menos energia e deixar de investir em defesa.
Mas, afinal, o que disse John Kerry? No último dia 10, num evento organizado pelo Departamento da Agricultura, ele chegou a defender que controlar a emissão de gases de efeito estufa nas fazendas estaria no centro da agenda climática norte-americana. A fala, que lembrou muito a postura recente do governo holandês, gerou grande revolta em todo o setor agrícola.
Mas não deveria surpreender, uma vez que a filósofa do direito e comentarista política holandesa Eva Vlaardingerbroek já havia alertado os EUA, em cadeia nacional norte-americana, que aquilo que estava acontecendo nos Países Baixos estava prestes a chegar aos Estados Unidos. Recentemente, ela escreveu em seu Twitter: “Eles estão vindo atrás de seus fazendeiros, América. Eu disse a você que a Holanda é apenas o país piloto. A guerra contra a agricultura é global, porque a agenda por trás dela é global”. Tempos sinistros.
Confesso que eu nunca poderia imaginar que Washington, com seu “Destino Manifesto” e sua vocação de “Xerife do Mundo”, poderia, algum dia, lutar contra sua própria segurança alimentar e energética. É realmente impressionante concluirmos que a ordem mundial comandada pelos EUA desde 1945 está sendo propositalmente dilapidada, e com a participação direta da Casa Branca e do Congresso. É como se o imperador romano estivesse em conluio com os invasores de Roma, favorecendo as causas bárbaras. Imagine Júlio César afirmando que o Império Romano deveria produzir menos comida, menos energia e deixar de investir em defesa.
É um cenário surreal, talvez digno de um filme. Mas creio que nem mesmo Salvador Dalí e Luis Buñuel poderiam imaginar um roteiro tão insano como este.
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