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Daniel Lopez

Daniel Lopez

Jornalista e teólogo, autor de ‘Manual de Sobrevivência do Conservador no Séc. XXI’. É doutor em linguística pela UFF

Geopolítica libidinos

Diddy estava coordenando uma operação de inteligência aos moldes de Epstein?

Rapper Sean “Diddy” Combs é preso nos EUA sob acusação de ser um “predador sexual violento”
Imagem de arquivo mostra Sean "Diddy" Combs em 2011 participando da estreia do filme Se Beber, Não Case! Parte 2, do diretor Todd Phillips (Foto: EFE/ Paul Buck )

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Com o caso Jeffrey Epstein, descobrimos que aquilo tudo provavelmente estava relacionado a uma operação internacional de inteligência, com o intuito de levantar o famoso Kompromat, as informações comprometedoras para controlar os poderosos por meio de chantagem. Hoje sabemos que Robert Maxwell, pai de Ghislaine Maxwell (parceira de Epstein) já foi acusado de ser um agente triplo, tendo trabalhado para a inteligência britânica (MI6), para a KGB e para o Mossad. Há quem diga que foi exatamente ele que cooptou Epstein para o mundo da inteligência.

Talvez um caso que pode ser considerado o protótipo de Epstein (e talvez de Diddy) é a história de Eli Cohen, que recentemente se transformou numa série da Netflix com o nome O Espião. Eli Cohen foi um judeu egípcio que recebeu da inteligência israelense dinheiro e a missão de se passar por playboy árabe de origem argentina que teria feito fortuna em Buenos Aires.

Seriam exatamente organizações do setor da inteligência que contrataram Diddy para controlar poderosos do mundo inteiro por meio de vídeos íntimos que ele produzia?

Ele passou um ano na Argentina construindo seu disfarce e aprimorando o idioma espanhol. Ele vivia como um bon vivant, circulando entre o alto escalão da comunidade árabe que vivia em território argentino. Naquela época, Israel tinha um grande interesse em infiltrar agentes no alto escalão do poder sírio, principalmente devido ao plano de Damasco de impedir que os israelenses continuassem tendo acesso aos recursos hídricos vindos das Colinas de Golã. Por isso, após seu período preparatório na Argentina, ele então ele se mudou para Damasco com o nome de Kamel Amin Thabet.

Assim como depois seria feito por Epstein e depois com Diddy, Cohen alugou um apartamento onde realizava orgias, atraindo a elite síria. Para você ter uma ideia, ele se tornou o melhor amigo de Hafez al-Assad, pai de Bashar al-Assad. Com essa aproximação, ele acessou informações que foram vitais para Tel Aviv. Porém, seu disfarce acabou sendo descoberto e ele foi condenado à forca. Curiosamente, o mesmo tipo de morte que vitimou Epstein. Lembrando que, no caso do último, a informação oficial é de que ele teria tirado a própria vida na prisão…

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A história de Eli Cohen é apenas um exemplo que conhecemos de uma comunidade de inteligência que construiu um personagem que não existia, que se passou por milionário e filantropo para se aproximar de figuras do alto escalão por meio de eventos de cunho libidinoso. Assim como a fortuna de Cohen vinha toda dos serviços de inteligência, muitos suspeitam o mesmo de Epstein, cujo patrimônio bilionário não pode ser explicado por vias naturais.

O caso de Diddy guarda enormes semelhanças com Epstein e Cohen. Inclusive o mistério da origem de sua fortuna, que passa de 1 bilhão de dólares. Teria o dinheiro de Diddy também origem no setor da inteligência? Um fato estranho surgiu no processo movido contra ele pelo produtor Rodney "Lil Rod" Jones, que acusou o rapper de abuso e agressão. Nas páginas do processo, encontramos algumas declarações  curiosas. Veja o trecho a seguir:

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“Em outra ocasião, o Sr. Combs se gabou de ter espancado Gerard Rechnitzer do lado de fora de uma boate em Hollywood. O Sr. Combs também me informou que apenas pessoas pobres pagam impostos. Ele compartilhou que é uma prática comum na indústria musical transferir dinheiro de contas anônimas para o exterior. Dessa forma, se houver necessidade de resolver um problema, ele nunca será rastreado até ele. Essas contas estavam na Alemanha”.

Até aí seria apenas um caso comum de contas misteriosas no exterior. Mas será que era dali que ele recebia os valores de setores da inteligência? Outro trecho do processo deixa essa hipótese um pouco mais plausível:

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“Ao longo do meu tempo vivendo com o Sr. Combs, ele deixou bem claro que não gastava seu dinheiro pessoal em nada. Ele deixou claro que tinha parcerias e relacionamentos com indivíduos e organizações muito poderosos, e esses indivíduos e organizações financiavam seu estilo de vida”.

Que organizações seriam essas? Bandidos? Mafiosos? Ou seriam exatamente organizações do setor da inteligência que contrataram Diddy para controlar poderosos do mundo inteiro por meio de vídeos íntimos que ele produzia nas chamadas festas “Freaks offs” que ele realizava?

O que você acha? Deixe sua opinião nos comentários.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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