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Elon Musk disse nesta semana que um primeiro paciente humano recebeu o implante cerebral da Neuralink. Pouco se fala, entretanto, sobre os muitos macacos que perderam a vida durante as pesquisas. Porém, o que menos se fala são os perigos envolvidos nesse tipo de tecnologia. No caso individual, poderia ser a destruição da personalidade. No âmbito coletivo, poderia ser catastrófico.
Uma série de pessoas que receberam BCIs (Brain Computer Interface, ou seja, Interface cérebro-computador) relataram problemas cognitivos. Por exemplo, o professor da Universidade da Tasmânia, Frederic Gilbert, especializado na área de neuroética aplicada, realizou uma série de entrevistas com pessoas que receberam implantes cerebrais. As conclusões foram bem estranhas. Ele afirmou que ficou claro que os BCIs promoveram alterações na personalidade, em alguns casos, com pacientes dizendo que “não se reconheciam mais”. Em outras ocasiões, houve o que eles chamaram de “estranhamento deteriorativo”, em que foram registradas até mesmo tentativas de suicídio.
Seria o controle total sobre a humanidade. Parece filme, mas está se tornando mais real do que nunca
Há, ainda, outro problema muito pouco comentado. Poderíamos chamá-lo de “Brain hacking”. Porém, este termo é pouco utilizado no universo dos estudos sobre implantes cerebrais uma vez que a expressão se popularizou como uma série de metodologias que ajudam na aprendizagem, por meio de estratégias destinadas a controlar o pensamento e reajustar as prioridades individuais. Por isso, em vez de utilizar a expressão “Brain hacking”, geralmente é usado o termo “Brainjacking”, derivado da palavra “highjack” em inglês, que significa “sequestro”. Ou seja, seria o caso em que um hacker “sequestra” o cérebro de um indivíduo. O termo foi criado em 2016, num artigo acadêmico escrito por Laurie Pycroft, junto com outros coautores, chamado “Brainjacking: Problemas de Segurança do Implante na Neuromodulação Invasiva”. A maior preocupação, expressada no estudo, se concentra em como os médicos teriam acesso aos dados do implante e impedir que os cibercriminosos façam o mesmo. Para você ter uma noção do problema, já em 2016 a Johnson & Johnson fez um alerta aos seus pacientes sobre a descoberta de uma brecha de segurança em suas bombas de insulina que poderia permitir que hackers modificassem a dosagem da substância. Imagine o tamanho dos riscos para a saúde dos usuários.
Até aqui, analisamos ações contra implantes individuais. Porém, há também o perigo de ofensivas em massa, por meio de um malware (software que pode roubar informações ou danificar um dispositivo), viabilizando ataques no estilo ransomware (quando o criminoso exige o pagamento de um “resgate” para liberar de volta o acesso a arquivos ou a dispositivos). Isso poderia ser feito através de um e-mail falso, distribuído em massa, comunicando sobre uma atualização do sistema. Se o arquivo for baixado pelo usuário, poderia dar aos hackers acesso a milhões de implantes simultaneamente. Pense no tamanho do caos que isso poderia gerar.
Agora imagine esse tipo de tecnologia caindo nas mãos de um cientista maluco ou de um regime tirânico? E você? Aceitaria colocar um implante no cérebro para poder entrar na internet com sua mente? Deixe sua opinião nos comentários.