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Sejamos claros: a Europa se transformou num laboratório de experimentos globalistas. A França vive, nesta semana, uma falta de combustível que já afeta um terço dos postos do país. A Alemanha está experimentando a maior inflação em mais de 70 anos e o governo holandês criou leis para reduzir a produção de comida, com o argumento de que a urina dos rebanhos polui o meio ambiente.
Mesmo sendo o berço da cultura ocidental, do alto de sua sabedoria acumulada, os europeus caíram na lábia da economia verde, do ateísmo relativista e do Grande Reset. Renunciaram à sua segurança energética e alimentar em nome de uma pretensa defesa ambiental (que, no final das contas, estava mais para uma propaganda russa disfarçada de preocupação com a natureza). Como podem pessoas tão instruídas caírem numa cilada como essa, deixando suas populações sujeitas à escassez, ao racionamento e ao frio? A resposta é: ideologia e propaganda.
Segundo Aristóteles, em sua “Arte Retórica”, o convencimento (ou, podemos dizer aqui, a propaganda) funciona com base em três “argumentos”: o ethos (o investimento que o locutor faz em sua própria imagem, por exemplo, “falo a vocês como um pai que se preocupa com seus filhos”); o pathos (quando o locutor explora as emoções da plateia, “temos um grande inimigo que pode destruir o mundo em pouco tempo, a saber, o aquecimento global”); e o logos (a estrutura lógica do argumento). Cada vez mais a estrutura lógica da argumentação vai cedendo lugar à exploração emocional e visual da propaganda. Durante anos de doutrinação escolar e universitária, as novas gerações aprenderam a viver numa dinâmica de histeria e não de racionalidade. A lógica é definida como “a arte do bem pensar”.
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Neste sentido, enquanto o indivíduo dotado de conhecimentos lógicos analisa um argumento a partir de sua coerência estrutural, um histérico é governado não por aquilo que pensa, mas pelo que sente e deseja. Para ele, a realidade não é o que ele enxerga ou raciocina, mas aquilo que ele está “sentindo” sobre o mundo ao seu redor e que influencia suas emoções. Por isso, a maneira mais fácil de comandar uma multidão é levá-la a uma postura histérica e criar um bicho-papão que a leve a aceitar questões absurdas como sendo as coisas mais normais do mundo. Foi assim que a Europa chegou ao ponto que está hoje. Para entender como ocorreu essa dinâmica de transformação do ensino, de um reforço lógico para uma fábrica de histeria, algumas obras são bem elucidativas, como os livros “Ponerologia: psicopatas no poder”, de Andrew Lobaczewski; “Maquiavel Pedagogo”, de Pascal Bernardin; e “Emburrecimento Programado: o currículo oculto da escolarização obrigatória”, de John Taylor Gatto.
O problema é que essa usina de formação de uma sociedade histérica opera praticamente de forma igual em todo o mundo. Aqui no Brasil não estamos imunes a isso. A única diferença é que, devido à nossa abundância, ainda estamos conseguindo manter - de certa forma - nossa segurança energética e alimentar. Mas, em comparação com o caso europeu, temos uma vantagem: as consequências de suas péssimas decisões aparecerem antes, de forma que temos diante de nós a oportunidade de um grande aprendizado. Assim como a crise sanitária começou no oriente e levou alguns meses para chegar aqui, o caos consequente do Grande Reset começou antes no Velho Continente, e está nos dando a oportunidade de nos prepararmos, ou mesmo evitá-lo.
Na Europa, o “você não terá nada, mas será feliz” já começou. Só não sei se as pessoas estão felizes, mas fato é que já começaram a perder suas coisas, principalmente a gasolina, a comida, a segurança, a paz, a liberdade, o calor e o sono.
Esta pode ser nossa última chance.