Esta é uma semana ao mesmo tempo triste e agitada. Tivemos a tragédia dos fortíssimos terremotos que vitimaram milhares de pessoas na Turquia e na Síria. Ao mesmo tempo, foi fechado um “memorando de entendimento” entre o Banco Central do Brasil e o Banco Popular da China, que viabilizará transações bilaterais em moeda chinesa (yuan) entre investidores, empresas e instituições brasileiras e chinesas.
No meio de toda essa confusão, o sistema continua avançando em alta velocidade na consolidação de seus planos de concentração de poder. É um tema pouco comentado, mas que terá uma monumental repercussão para a vida cotidiana: o monitoramento da pegada e do controle do crédito de carbono. O objetivo é monitorar, seguir e rastrear cada quilograma de CO2 que cada pessoa emite. Autoridades estão estabelecendo que cada indivíduo deve respeitar um limite de 2 toneladas de emissão de carbono por ano. O problema é que, em média, cada pessoa consome por volta de 16 toneladas por ano. Conclusão: será necessário reduzir quase 800% da emissão individual de carbono. Mas como fazer isso?
Se a pessoa consumir carne se transformará num “vilão global”, poluidor do meio ambiente, destruidor da natureza. Um desnaturado que não pensa no bem comum.
A maneira mais simples é aquilo que venho falando há anos aqui com vocês: a substituição do dinheiro físico pelo dinheiro digital (as CBDCs, as moedas centralizadas dos bancos centrais mundo afora). Em minha opinião, essa mudança será o xeque-mate global do sistema contra as massas, o controle total de tal magnitude que nem George Orwell havia imaginado em seus mais tenebrosos pesadelos.
Enquanto essa tradição ainda não se consolida, eles inventaram uma maneira de iniciar o controle da chamada “pegada de carbono”. A “solução” (ou desgraça) está sendo trazida por uma empresa chamada Doconomy, uma startup fin-tech sueca para ações climáticas cotidianas. Por meio de um convênio com a Mastercard, eles desenvolveram, segundo eles, “uma ferramenta revolucionária para consumidores que desejam agir contra as mudanças climáticas”.
Eles desenvolveram um cartão chamado Mastercard DO Black, que incentiva o cliente a compensar sua pegada de carbono participando de projetos que seguem as orientações de projetos sustentáveis chancelados pelas Nações Unidas, por meio de um convênio com o secretariado de Mudanças Climáticas da ONU (UNFCCC), cujo objetivo é incentivar ações de proteção climática a nível global.
O futuro que está sendo desenhado é um mundo em que o consumo de carbono monitorado pela moeda digital centralizada concederá créditos sociais para quem “se comportar”.
Se o cliente for vegano, seu consumo será bem avaliado, com pouca produção de carbono. Assim também para aqueles que consumirem as carnes artificiais produzidas em laboratório, os insetos e outras “iguarias” patrocinadas pelo sistema. Por outro lado, se a pessoa consumir carne se transformará num “vilão global”, poluidor do meio ambiente, destruidor da natureza. Um desnaturado que não pensa no bem comum e na preservação do planeta. Será o Códex Alimentarium plenamente instaurado.
Não só isso: a mobilidade também será plenamente controlada. Já escrevi aqui artigos comentando sobre uma decisão no Reino Unido que impediria um cidadão de dirigir para bairros vizinhos além de um certo limite. A mesma coisa com as empresas aéreas. Hoje mesmo, ao comprar uma passagem de avião, as plataformas já informam quanto de emissão de carbono aquele trecho libera. Dependendo do trajeto voado, a pessoa consumirá todo o seu crédito de carbono autorizado por ano. Se alguém ultrapassar o limite, inicialmente pagará uma multa. Posteriormente, poderá sofrer uma série de sanções. Talvez toda a população seja obrigada a pagar um preço, por meio de um “lockdown climático”, de modo que as pessoas realmente “não terão nada, mas serão felizes”, e "tudo que precisarem eles pegarão emprestado e será entregue na porta de casa por meio de um drone".
Como sempre, o controle. Nessa linha de raciocínio, o futuro que está sendo desenhado é um mundo em que o consumo de carbono monitorado pela moeda digital centralizada concederá créditos sociais (para quem “se comportar”) e a perda de benefícios para os “rebeldes”, que poderão ficar impedidos de fazer viagens, acessar universidades, serviços públicos ou, até mesmo, ter sua conta bancária digital travada por não seguir os ditames do sistema.
É um pesadelo se tornando realidade. Mas, seguindo o preceito de que “conhecimento é poder”, quanto mais pessoas conhecerem esse processo talvez exista uma possibilidade de que os desejos controladores do sistema não sejam concretizados. Que Deus nos abençoe.
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