Pintura de Jesus Cristo no estilo renascentista gerada por Inteligência Artificial| Foto: Wikimedia Commons
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Em Lucerna, na Suíça, acabaram de criar o “Jesus AI”. Numa parceria com a OpenAI, a Capela de São Pedro criou um confessionário onde 900 pessoas já revelaram seus segredos mais íntimos a uma inteligência artificial, uma versão digital de Jesus, que respondia em mais de 100 idiomas. Os especialistas afirmaram que se tratou de uma oportunidade maravilhosa para estudar a intercessão entre tecnologia e religião.

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Se associarmos essa notícia com uma entrevista recente realizada por Jordan Peterson com Elon Musk, a história fica ainda mais estranha. No minuto 20 da conversa, eles começam a falar sobre Grok, a inteligência artificial da xAI. Grok é o chatbot criado pela xAI, numa reposta de Musk ao desenvolvimento do ChatGPT, que ele mesmo ajudou a criar.

O que fez Musk mudar de opinião? Em 2014 ele dizia que a inteligência artificial era como invocar um demônio e mais perigosa que armas nucleares. Agora, ele está dizendo que sua inteligência artificial Grok será o “novo deus” da humanidade

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Na entrevista, Peterson perguntou onde era o novo centro de desenvolvimento dessa inteligência artificial. Elon Musk respondeu que era em Memphis, no Tenesse. Foi neste momento em que ele fez uma reflexão muito estranha. Segue um trecho da conversa:

Musk: “Memphis, a capital do antigo Egito. Talvez seja de lá que nosso novo deus virá”. 

Peterson: “Sério, sério”.

Neste ponto, Musk começa a rir intensamente. Ao que Peterson responde: “Eu queria que isso fosse engraçado”.

 Musk responde: “Eu queria que isso fosse engraçado? Hahahaha”.

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Então Musk traz a frase mais estranha: “Memphis, de onde nosso novo Deus virá”.

Como vemos aqui, o projeto de supercomputador de IA de Elon está em Memphis, Tenessee. E como você ouviu do próprio Elon, Memphis era a capital do antigo Egito. O curioso é que, na Bíblia, Memphis é um símbolo das consequências de se afastar de Deus, que trazem engano e loucura. O que traz ainda mais estranheza é quando lembramos que Musk é também a pessoa que quer implantar um chip no cérebro das pessoas e atrelar suas consciências à inteligência artificial.

Não podemos esquecer que foi o próprio Musk que, uma década atrás, defendia a ideia de que a inteligência artificial era semelhante a uma invocação demoníaca. Em 2014, Elon Musk alertou sobre a inteligência artificial que ele chamou de “mais perigosa do que armas nucleares”. Participando de um simpósio no prestigioso MIT, o magnata da tecnologia disse: “Com inteligência artificial estamos invocando o demônio. Você conhece essas histórias onde tem o cara com o pentagrama e a água benta? E alguém pergunta: ‘Você tem certeza que consegue controlar o demônio? Mas não deu certo”.

O que fez Musk mudar de opinião? Em 2014 ele dizia que a inteligência artificial era como invocar um demônio e mais perigosa que armas nucleares. Agora, ele está dizendo que sua inteligência artificial Grok será o “novo deus” da humanidade. E eu não creio que o “Jesus Inteligência Artificial” poderá nos livrar dessa. Apenas o Jesus original poderá nos ajudar agora.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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