A vitória de Javier Milei pode ser o sinal de uma maré mudando no mundo. Existe hoje quase um clamor popular nos EUA pelo retorno de Trump. Até mesmo tradicionais opositores do ex-presidente hoje levantam a possibilidade de escolhê-lo como o próximo líder da (ainda) mais poderosa nação do mundo.
A ideia corrente é que Trump traria paz ao mundo. Ao contrário de Obama, que recebeu o Nobel da Paz mas foi o primeiro presidente a ficar em guerra durante os oito anos de seu mandato, Trump deixou o complexo industrial militar com “síndrome de abstinência”. É difícil acreditar, mas, mesmo com o jeito durão e sem filtro, Trump agora cultiva uma certa fama de “pacifista”. Muitos estão acreditando que ele seria capaz de encerrar antecipadamente a Guerra na Ucrânia e também a nova Guerra em Israel.
A vitória de Milei parece ser um sinal de que há uma tendência de retorno da direita ao cenário mundial.
Até mesmo Tucker Carlson propôs esta ideia recentemente em seu programa. A ideia era que Trump interromperia o financiamento a Kiev e promoveria um acordo de paz entre judeus e palestinos e, assim, salvaria o mundo de uma terceira guerra mundial. Existe uma sensação no ar de que Trump está destinado a retornar ao poder em 2025. O tempo dirá.
Porém, a vitória de Milei parece ser um sinal de que há uma tendência de retorno da direita ao cenário mundial. O que preocupa é que ele fez promessas ousadas em sua corrida para a Casa Rosada: fechar o Banco Central, dolarizar a economia argentina, interromper relações com o Brasil e a China. Seria possível fazer isso tudo? Estaria ele preso ao mesmo destino de Macri? Esse é o receio.
O problema é que hoje muitos já perceberam que há um ciclo de alternância entre um projeto conservador e outro progressista. Chega ao poder um governo que aumenta o discurso assistencialista e, com isso, agrada boa parte da população que se acostumou a depender de auxílios estatais. Os gastos aumentam, os impostos são majorados para arcar com as enormes despesas até ao ponto que a situação fica insustentável. Nesta hora, o discurso liberal começa a ganhar campo.
O público entende a necessidade de reformas e cortes de gastos. Porém, na hora de arrumar a casa, o gestor mais liberar precisa implementar os amargos remédios da austeridade, cortando incentivos e, por isso, desagradando boa parte da população que começa a sentir na pele a redução do apoio assistencial. Nesta hora, o discurso progressista de aumento de auxílios e de gastos começa a ganhar popularidade novamente, e os antigos “gastadores” retornam ao poder.
Eu torço muito para que esse não seja o destino de Milei, e oro para que ele não tenha o mesmo desfecho de Macri. Que Deus o ajude nessa jornada, e que os argentinos tenham a vida digna e próspera que todos merecem.
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