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Pedro Sanchez, primeiro-ministro da Espanha, fala durante a 53ª reunião anual do Fórum Econômico Mundial, WEF, em Davos, Suíça, 17 de janeiro de 2023.
Pedro Sanchez, primeiro-ministro da Espanha, fala durante a 53ª reunião anual do Fórum Econômico Mundial, WEF, em Davos, Suíça, 17 de janeiro de 2023.| Foto: EFE

Muitas coisas estranhas estão acontecendo nesta semana na reunião do Fórum Econômico Mundial, que ocorre anualmente em Davos, na Suíça. A primeira estranheza é a ausência de proeminentes líderes globais. Ficaram de fora Joe Biden, Vladimir Putin, Xi Jinping, Rishi Sunak, Emmanuel Macron e até mesmo Lula.

Alguns especulam que o evento sofre de uma crise de popularidade. Talvez, em virtude do suposto fracasso de sua proposta de um mundo globalizado, uma vez que caminhamos para um cenário cada vez mais multipolar. Neste sentido, como poderia ser possível defender um mundo aberto e feliz e enquanto temos uma Guerra na Ucrânia e pesadas sanções contra a Rússia?

Apesar da aparente fraqueza do Fórum, as ideias ali cultivadas continuam tendo enorme poder de influência nos mais diversos governos mundo afora.

Outros julgam que o problema pode estar associado ao vínculo direto da imagem de Klaus Schwab, fundador da organização, com o evento de Davos. Com seus 84 anos, a falha em encontrar um sucessor pode estar colocando sob risco o futuro do projeto. Outra hipótese é que o problema esteja relacionado à hipocrisia de pregar contra a poluição e chegar ao evento em aeronaves particulares. Lembrando que um voo desse tipo libera cerca de 10 vezes mais gases de efeito estufa do que um avião comercial, levando em conta o número de passageiros que transportam.

A crise pode também estar relacionada ao desejo sinistro (e hoje descarado) de controlar o mundo, de forma que o evento acabou se tornando palco de discursos quase insanos, como o que foi proferido ontem (17) pelo “czar do clima” John Kerry. Em sua fala, ele afirmou que os globalistas do Fórum Econômico Mundial são compostos por um "grupo seleto de seres humanos", que foram “tocados por algo em algum momento de suas vidas”, que lhes conferiu o poder de salvar o mundo. Ele chamou, inclusive, a experiência de “extraterrestre”. Lembrando que já publiquei alguns artigos mostrando o estranho vínculo de dois presidentes norte-americanos e um vencedor do prêmio Nobel com teorias ufológicas como caminho para salvar a humanidade.

Para defender que o projeto globalizante do Fórum ainda é viável, o historiador Niall Ferguson palestrou ontem (17) defendendo que a ideia de uma “desglobalização” é apenas uma “miragem” que não possui base factual. Ferguson, que é pesquisador das universidades de Stanford e Harvard, defendeu que o comércio global continua vigoroso. Citou como exemplo o fato de os iPhones ainda serem montados na China, apesar de projetados na Califórnia. Porém, de forma contraditória, afirmou, na parte final de sua apresentação, que a eclosão de uma nova guerra fria entre Washington e Pequim poderia ocasionar uma cisão entre os produtores de softwares e hardwares, ou seja, exatamente uma “desglobalização”.

Tudo muito confuso. Mas creio que, apesar da aparente fraqueza do Fórum, as ideias ali cultivadas continuam tendo enorme poder de influência nos mais diversos governos mundo afora. Creio que esta seja a verdadeira “miragem”, uma vez que as propostas e objetivos de Klaus Schwab estão mais poderosos e onipresentes do que nunca.

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