Em artigo recente, o analista de mídia Greg Reese trouxe dados alarmantes sobre o futuro que nos aguarda. São perspectivas que a maioria ainda não conseguiu enxergar. Boa parte nem mesmo sonha que pudesse existir. Um dos mais importantes celeiros do mundo foi destruído. Grandes produtores e exportadores de alimentos estão fora do mercado, seja porque seu território foi completamente arrasado pela guerra (como a Ucrânia) ou por estarem sob sanções internacionais que impedem o escoamento de sua produção. Para resolver esse problema, que a cada dia tem preocupado cada vez mais a humanidade, está sendo proposta uma completa revolução na indústria alimentícia. Na verdade, parece que a atual crise alimentar chegou como o cenário perfeito para que projetos antigos fossem tirados do papel. Afinal de contas, quem precisaria, em condições normais, que a comida começasse a ser produzida sinteticamente e num modelo de estufas verticais? Analisemos o caso.
Durante a década de 1990, houve uma série de disputas entre agricultores e poderosos representantes da indústria alimentícia. A polêmica envolvia não apenas a produção de alimentos geneticamente modificados, mas também o patenteamento de sementes e o uso de pesticidas neurotóxicos, que levaram as pessoas a pressionar seus governos, cobrando a criação de leis que estabelecessem padrões quanto à certificação de alimentos.
Entretanto, graças ao enorme poderio econômico e ao lobby das indústrias alimentícia e farmacêutica, junto com grandes campanhas veiculadas por décadas nos meios de comunicação de massa, o sistema de controle alimentar permaneceu forte, apesar das controvérsias do passado. Além disso, diante das sucessivas crises que aconteceram nos últimos dois anos, o conglomerado agora está pronto para assumir o controle completo do suprimento de comida, sempre com a ajuda dos mesmos grupos e poderosas fundações, que também dominam outros setores vitais como o sistema financeiro e a produção de energia.
A inovação que representará o xeque-mate no controle sobre a produção e o fornecimento global de comida está na ideia de “indústria agrícola vertical em ambientes fechados”. O método é altamente inovador e eficiente, e muito sedutor. O projeto está sendo financiado por Bill Gates (que recentemente se tornou um dos maiores donos de terras agricultáveis nos EUA), e incentivado pelo Fórum Econômico Mundial como uma substituição à agricultura convencional ao ar livre. Entre os grandes investidores, também se encontram Jeff Bezos, Leonardo DiCaprio, o irmão de Elon, Kimbal Musk, e o ex-CEO do McDonalds, Don Thompson.
Algumas das empresas líderes na agricultura vertical trabalham com a tecnologia CRISPR de modificação genética, para “melhorar” seus produtos, tornando-os mais “resistentes”. Práticas como essas têm trazido uma nova proposta agrícola, que busca superar a produção convencional. O foco reside sobre produtos alimentares sintéticos, o que é a grande tendência nesta indústria em forte crescimento.
Eles agora estão desenvolvendo sementes geneticamente modificadas especiais, criadas sob medida para as fazendas verticais. Porém, o projeto vai muito além. A Universidade da Califórnia está desenvolvendo, por exemplo, alfaces que podem produzir imunizantes comestíveis, utilizando a tecnologia de RNAm, o que tem sido encarado com grande otimismo por parte de setores farmacêuticos. Muitas dessas fazendas já fornecem alimentos aos supermercados mais tradicionais dos Estados Unidos, e estão se expandindo exponencialmente.
Mas não é apenas nos vegetais que os trabalhos de mudança genética têm concentrado seus esforços. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e a FDA (a ANVISA norte-americana) já aprovaram modificações genéticas em suínos, salmão, gado e já autorizaram a produção de carne sintética, desenvolvida em laboratório. Parece que a comida tradicional está com os dias contados.
Entretanto, a fim de tornar o suprimento de alimentos sintéticos no novo modelo, o melhor caminho seria o surgimento de uma crise no sistema tradicional. Os bloqueios de 2020, consequentes da crise sanitária, afligiram a cadeia de suprimentos, que foi ainda mais afetada neste ano pelas sanções dos EUA contra a Rússia. Era a crise perfeita que poderia justificar a instauração de um novo modelo de produção alimentícia. É a tempestade perfeita, que traz o cenário ideal para a criação de todo um novo sistema.
Para piorar ainda mais o cenário, exatamente quando o mundo começa a temer o fantasma da escassez de comida, mais de uma dúzia de fábricas de processamento de alimentos foram destruídas nos EUA nos últimos meses, por incêndios e explosões, bem como grandes fábricas de fertilizantes, produto indispensável para a agricultura.
Ainda não conseguimos enxergar o tamanho do problema, já que ainda estamos consumindo os alimentos que foram produzidos no segundo semestre do ano passado. Contudo, é possível que a coisa se agrave quando chegarmos à segunda metade de 2022. E quando o povo exigir soluções para esta eventual crise alimentícia, Bill Gates não ficará preocupado, e poderá inclusive oferecer uma solução, uma vez que tem fortemente investido em fertilizantes alternativos, além de ser grande acionista da Canadian National Railway (maior companhia ferroviária do Canadá, tanto em malha ferroviária quanto em lucro anual), empresa que afirma estar ajudando o mercado de fertilizantes a crescer.
Gates também poderá salvar o mundo com seu novo fertilizante produzido com bactérias geneticamente modificadas. E poderá acompanhar tudo bem de perto, já que o objetivo declarado desta nova indústria alimentícia é tornar todos os alimentos rastreáveis, e isso significa codificar tudo em nanotecnologia.
Neste momento, lembro-me da famosa frase atribuída a Henry Kissinger: “Quem controla o suprimento de comida, controla as pessoas. Quem controla a energia, pode controlar continentes inteiros. E quem controla o dinheiro, pode controlar o mundo”.
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