Eu entendo a sua angústia. Olhamos para o mundo hoje e parece que o consenso venceu, que não há mais opiniões diferentes, que tudo ficou morno, pasteurizado e apático. Temos a impressão que o sistema venceu o xadrez geopolítico.
Entretanto, o recente colapso do Silicon Valley Bank (SVB) pode ter evidenciado uma rachadura na agenda ESG, que se dedica às pautas ambientais, sustentáveis e de governança. Isso porque a instituição, criada em 1983 e que figurava entre os 16 maiores bancos americanos, estava diretamente ligada ao investimento em startups ambientais, chegando a ser chamado de “banco climático”. Mais de mil startups dedicadas a esse setor eram apoiadas por financiamentos do SVB, sendo que essas empresas também mantinham suas reservas no próprio banco.
É possível que desta vez não sejam apenas os correntistas os grandes prejudicados, mas também a agenda verde, tão propagada pelo Grande Reset e pelo Fórum Econômico Mundial.
Uma matéria da Bloomberg do último dia 14 trouxe o seguinte título, traduzido para o português: “SVB expõe fundos ESG 'preguiçosos' enquanto centenas apostam em banco condenado”. A matéria defende que os fundos de investimento aficionados por metas climáticas exageraram na atenção à sustentabilidade e negligenciam os riscos de governança, o que teria levado o banco à falência. Segundo o texto, o colapso do SVB é apenas o mais recente de uma série de momentos difíceis para a agenda ESG, que tem sido muito boa de propaganda, mas pouco eficiente na demonstração de resultados.
Outros analistas chegaram até a comparar o caso recente do SVB com a crise de 2008, quando empréstimos de riscos feitos a clientes sem garantia (conhecidos como “subprimes”) começaram a desmoronar, desencadeando uma crise generalizada que culminou na falência do 4º maior banco dos EUA na ocasião, o Lehman Brothers, fundado em 1850.
Segundo matéria do Wall Street Journal do último dia 16, um empresário de tecnologia defendeu que o SVB estava oferecendo empréstimos na mesma modalidade subprime. Isso porque se tratava de empresas que não possuíam perfil de crédito, queimando caixa continuamente e que muito dificilmente teriam condições de levantar o mesmo tipo de capital, devido às taxas de juros mais elevadas. O empresário resumiu dizendo que se tratava, basicamente, de uma espécie de “crédito social.”
O dinheiro fácil, com a impressão desenfreada de dólares, junto à promessa de que os juros ficariam eternamente próximos de zero e o incentivo do governo Biden à transição energética a todo custo levou o país mais poderoso do mundo a uma nova crise desnecessária. Porém, é possível que desta vez não sejam apenas os correntistas os grandes prejudicados, mas também a agenda verde, tão propagada pelo Grande Reset e pelo Fórum Econômico Mundial.
Ruim para a agenda ESG. Bom para quem não quer comer insetos nem ficar sem nada e ser feliz.
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