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Daniel Lopez

Daniel Lopez

Jornalista e teólogo, autor de ‘Manual de Sobrevivência do Conservador no Séc. XXI’. É doutor em linguística pela UFF

Geopolítica sideral

E se tudo não passar de uma grande operação psicológica?

Encenar uma invasão de ovnis seria um pretexto perfeito para os que desejam a implantação de um governo global. (Foto: Christian Plass/Pixabay)

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A cultura ufológica tem nos ensinado desde sempre que os ovnis (hoje UAPs) “salvaram” muitas vezes a humanidade de um “caos nuclear”. Uma matéria da CBS de 2010 cita o relato do pesquisador Robert Hastings, segundo o qual mais de 120 militares norte-americanos haviam confirmado a ele casos em que objetos voadores não identificados foram avistados perto de locais de testes de armas nucleares, assim como próximo a centros de armazenamento de equipamentos atômicos.

Na referida reportagem, é citado o ex-capitão da Força Aérea Robert Salas, que estava na Base da Força Aérea de Malmstrom, em Montana, quando, em 1967, dez mísseis intercontinentais sob sua supervisão repentinamente se tornaram inoperantes, exatamente no momento em que os seguranças informaram o avistamento de um misterioso objeto vermelho brilhando no céu.

Para alguns ufólogos, o objetivo dos alienígenas ao desmantelar bombas nucleares é simplesmente proteger a Terra. Para outros, eles desmobilizam armamentos atômicos porque seriam capazes de derrubar suas naves. Eu gostaria de inserir uma terceira hipótese: há um grande projeto de operação psicológica em jogo.

A inteligência norte-americana estaria se preparando para, no caso de um agravamento da guerra na Ucrânia – escalando para uma Terceira Guerra Mundial –, “encenar” uma (falsa) invasão alienígena com o objetivo de livrar o mundo do caos atômico

“Operação psicológica” envolve ações para transmitir informações ao grande público com o fim de influenciar suas motivações, raciocínio, objetivos e comportamento. Neste caso, creio que a insistência do Pentágono, do Congresso e do Executivo norte-americanos na realidade dos alienígenas pode envolver uma espécie de operação psicológica “guarda-costas”. Isso porque o fim seria “proteger” o mundo de um mal maior. Que mal seria este?

Para responder a pergunta, será necessário retomar uma informação que eu trouxe em artigo anterior. Na ocasião, citei o estranho fato de que os ex-presidentes Ronald Reagan, Bill Clinton e Mikhail Gorbachev – além de Paul Krugman, vencedor do Nobel de Economia e professor da Universidade de Princeton – afirmaram categoricamente que uma invasão alienígena (mesmo que falsa) acabaria com todos os problemas do mundo, inclusive as guerras. Isso porque, diante de uma chegada dos “invasores do espaço”, a humanidade teria de superar suas diferenças e estar unida para vencer os extraterrestres. Quando pessoas de tão high profile afirmam uma coisa louca como essa, certamente já há um processo de operação psicológica em jogo.

Aqui retorno à minha pergunta anterior: qual seria o mal maior do qual uma (falsa) invasão alienígena nos protegeria? Minha hipótese: a inteligência norte-americana estaria se preparando para, no caso de um agravamento da guerra na Ucrânia – escalando para uma Terceira Guerra Mundial –, “encenar” uma (falsa) invasão alienígena com o objetivo de livrar o mundo do caos atômico. Mais uma vez, os ovnis chegariam para “proteger a humanidade” e “desmantelar equipamentos nucleares”. As diferenças culturais, sociais e econômicas seriam jogadas por terra, e o mundo estaria unido para vencer este “inimigo de fora”. Seria como aconteceu durante a Guerra Civil Chinesa, que foi interrompida por quase dez anos quando o Japão invadiu a China, obrigando os chineses a suspender seu conflito interno para expulsar o “invasor de fora”.

Quem conhece a história da Segunda Guerra Mundial sabe que a Operação Overlord (conhecida popularmente como “Dia D”, ou “desembarque na Normandia”) somente foi bem sucedida porque houve uma Operação Guarda-Costas simultaneamente, que consistiu numa tática de diversionismo para levar os alemães a crer que os Aliados invadiriam a Europa pela Noruega (Operação Fortitude Norte). Isso levou Hitler a deslocar suas tropas para o local errado, trazendo sucesso aos Aliados.

Conclusão: foi realizada uma operação falsa para proteger uma operação real. Por isso, pergunto: seria a “questão alienígena” uma operação falsa para proteger a operação verdadeira (impedir o fim do mundo por meio de uma guerra nuclear)? No caso da Operação Guarda-Costas, tratou-se de um “engano” para um fim maior e mais nobre (vencer os alemães e encerrar a Segunda Guerra Mundial). No caso da “Operação Ovni”, aparentemente o engano também seria para um bem maior (impedir a extinção da humanidade por uma guerra atômica). Porém, sugiro que, no caso atual, haja um fim mais sinistro em jogo: o estabelecimento de um governo único mundial, com um líder único, escolhido para liderar a humanidade na guerra para salvar o planeta da (falsa) invasão alienígena.

Para quem acha que a ideia de um governo mundial é coisa de conspirações e ficção, lembre-se de que já existem inúmeras organizações de abrangência mundial, como a Organização das Nações Unidas, o Banco Mundial, a Organização Mundial da Saúde e a Organização Mundial do Comércio. O cientista político Alexander Wendt, professor da Universidade de Ohio, é um proponente de um governo mundial. Em seu artigo intitulado “Why a World State is Inevitable”, Wendt defende que a formação de um “Estado mundial” deveria cumprir alguns requisitos, como assumir o monopólio da violência organizada – ou seja, o uso exclusivo da força – e conquistar legitimidade perante a comunidade global. Além disso, três mudanças deveriam ocorrer no sistema mundial: criar uma comunidade de segurança universal, ou seja, um sistema de resolução de disputas; estabelecer uma resposta unificada a “crimes e ameaças”; e constituir uma autoridade supranacional de forma que as decisões tomadas sejam obrigatoriamente aplicadas a todos os Estados. Por fim, o desenvolvimento deste governo mundial aconteceria em cinco estágios: Sistema de Estados; Sociedade de Estados; Sociedade mundial; Segurança coletiva; e Estado mundial. Creio que, hoje, estamos no terceiro estágio. Neste caso, uma (falsa) invasão alienígena nos levaria instantaneamente aos passos 4 e 5.

No caso da “Operação Ovni”, aparentemente o engano seria para um bem maior (impedir a extinção da humanidade por uma guerra atômica). Porém, sugiro que haja um fim mais sinistro em jogo: o estabelecimento de um governo único mundial

A reflexão de hoje pode parecer “de outro mundo” (desculpe o trocadilho). Mas Hollywood (o maior sistema de propaganda da história) está nos preparando para isso há mais de 70 anos. Pelo menos desde quando foi lançado o filme O Homem do Planeta X, em 1951. Na história, o extraterrestre que chega à Terra é pacífico, mas se torna violento quando é atacado por um cientista maligno. Lembre-se também de que essa “ideia maluca” já foi defendida por dois ex-presidentes americanos, um ex-presidente da União Soviética e um vencedor do Nobel de Economia (que também é professor da Universidade de Princeton).

Uma última pergunta: os EUA teriam tecnologia suficiente para “encenar” uma invasão alienígena? Minha humilde resposta é: sim. Eles possuem desde sistemas de holograma, programação mental e aeronaves que se assemelham em muito com os famosos ovnis. Os curiosos podem pesquisar sobre a Lockheed-Martin Skunk Works e a Boeing Phantom Works.

Pensamento final: “Examine todas as coisas. Retenha o que é bom” (Tessalonicenses 5,21).

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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