Charles III, novo rei da Inglaterra.| Foto: Divulgação Instagram The Royal Family
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Um artigo recente publicado por The Spectator Australia trouxe um nível de preocupação para o brasileiro atento ao cenário internacional. A edição australiana da icônica revista semanal britânica mostrou a adesão de longa data do recém-empossado Charles III à tenebrosa agenda internacional do Fórum Econômico Mundial. O texto alerta que muitos podem imaginar que essa ideia de “grande reinicialização internacional” pode soar como teoria da conspiração. Porém, é uma ideia levada muito a sério por um poderoso grupo de bilionários e líderes globais, que enxergam a democracia como uma espécie de “obstáculo para um bem maior”. Para entender esse desprezo pelo modelo democrático, basta recordar do elogio que Trudeau fez ao regime chinês em 2013.

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Talvez cansados de tentar convencer a população mundial a desistir de comer carne e renunciar a suas prioridades, agora a ideia é insistir numa “emergência climática” como melhor estratégia de propaganda na tentativa de implodir o livre mercado e a governança democrática. E é claro, o Brasil é sempre apresentado por eles como o grande vilão ambiental do planeta. Mas parece que o plano não tem dado muito certo, uma vez que a adesão à agenda verde já fez sucumbir o Sri Lanka, a Holanda e quase toda a Europa. A sustentabilidade tem se transformado num rastro de escassez energética e alimentar. Será que conseguiremos resistir a esta tenebrosa agenda?

Por que o novo rei da Inglaterra estaria tão interessado em fazer avançar essa agenda cultuada por marxistas, ecossocialistas e demais grupos que guardam enorme aversão pela monarquia inglesa?

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O que está acontecendo na prática é que os conglomerados burocratas internacionais estão usando o conceito de “Net zero” – o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera – como estratégia para acabar com os setores agrícolas locais. Assim, o público fica cada vez mais empobrecido e dependente do auxílio governamental, criando o cenário perfeito para a renda básica universal e a concretização do mantra “você não terá nada, mas será feliz”.

Agora, por que o novo rei da Inglaterra estaria tão interessado em fazer avançar essa agenda cultuada por marxistas, ecossocialistas e demais grupos que guardam enorme aversão pela monarquia inglesa? Seria esta uma tentativa de agradar o público britânico e reverter a imagem negativa criada após a morte da princesa Diana? Eu creio que não. Para mim, a adesão acontece pela mesma razão que listei em artigo anterior, chamado “Por que alguns bilionários financiam a esquerda?”. Ou seja: concentração de renda e de poder.

Em junho de 2020, o então príncipe Charles publicou a hastag “#TheGreatReset”, e twittou:

"A iniciativa #TheGreatReset foi projetada para garantir que empresas e comunidades 'reconstruam melhor', colocando práticas de negócios sustentáveis ​​no centro de suas operações à medida que começam a se recuperar da pandemia de coronavírus."

O discurso de Charles repetidamente utiliza a propaganda ambientalista como pretexto para superar o capitalismo e criar aquele distópico neofeudalismo que analisei em artigo de julho deste ano. Por meio de uma fala praticamente neomarxista, eles enrolam a população com palavras bonitas como “capitalismo de stakeholders” (ou capitalismo de partes interessadas”). Eles dizem que a proposta consiste em levar as empresas a criar “valor a longo prazo”, priorizando as demandas de todas as “partes interessadas”, assim como da “sociedade em geral”. Na prática, significa “obrigar” as empresas a aderirem à tal proposta ESG (governança ambiental, social e corporativa), como uma maneira de definir quais corporações seriam “boas de verdade”. Entretanto, trata-se de um critério de avaliação excessivamente maquiavélico, uma vez que, segundo ele, o Sri Lanka conquistaria nota máxima ao proibir o uso de fertilizantes, o que acabou levando o país a um cenário apocalíptico ao estilo Mad Max. É exatamente isso que eles querem: levar a burocracia centralizada controlar as empresas por meio de um “selo de virtude”, ainda que ao custo da segurança energética e alimentar não apenas de nações, mas do mundo inteiro.

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Outro resultado dessa agenda é a eliminação dos players menores (como os pequenos agricultores), criando um monopólio total das megacorporações alinhadas com a propaganda da agenda ambiental, por exemplo, como as empresas que cultivam alimentos em laboratórios. Os trilhões de dólares dedicados a este plano poderiam estar sendo destinados ao reflorestamento, à despoluição de rios e a investimentos em saneamento básico nas regiões carentes do globo. Mas não, eles preferem, por exemplo, acabar com a agricultura na Holanda com o argumento que a urina das vacas polui o meio ambiente. Assim, as pequenas fazendas saem de cena e os gigantes fundos de investimento compram tudo a preço de banana.

Esse sistema ainda não chegou com muita força em alguns lugares. Obviamente, na China e na Rússia esse discurso não ganha espaço. Mas o Brasil pode ser o próximo a ser prejudicado por essa máquina de monopólio e destruição marxista neofeudal disfarçada de agenda verde. Se depender de Charles III, nós seremos o próximo alvo desse experimento maquiavélico, uma vez que temos a capacidade de garantir a segurança energética da Europa e a segurança alimentar de todo o planeta. Que Deus nos defenda.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]