Hoje entendo plenamente o timing de Elon Musk para a compra do Twitter, para a saída de Tucker Carlson da Fox e para a mudança radical que os Spaces do X estão desempenhando no fluxo de informação global. Lembrando que o Spaces é um recurso criado ainda no antigo Twitter que permite um bate-papo com voz entre os participantes. Segundo Musk, o Spaces se tornou o palco da revolução do “jornalismo cidadão” (aquele realizado por não profissionais), que segundo ele irá consolidar a quebra da hegemonia da mídia tradicional sobre o monopólio da circulação das notícias.
Tudo está acontecendo exatamente no contexto de preparação da enorme batalha comunicacional (e de outras naturezas) que está sendo organizada para as disputas de 2024 pela Casa Branca. Imagino que ninguém duvida que o Twitter desempenhou um papel vital na corrida de 2020, quando o conteúdo sobre o computador de Hunter Biden, filho do presidente, foi completamente apagado da rede (e da mídia em geral). Não podemos esquecer também que o próprio Trump foi literalmente expulso da plataforma no início de 2021. Tudo parece indicar, porém, que em 2024 será bem diferente. Você não faz ideia do que está acontecendo e que pode favorecer Trump no ano que vem. Isso, partindo do princípio que não consigam prendê-lo antes de novembro.
Abriu-se um enorme caminho para que, desta vez, Trump não seja prejudicado como em 2020. Talvez seja exatamente isso que está irritando tanto o establishment midiático.
Com a chegada de Elon Musk, o Twitter hoje está sendo acusado de não realizar adequadamente a moderação de conteúdo “de direita”. Ou seja, abriu-se um enorme caminho para que, desta vez, Trump não seja prejudicado como em 2020. Talvez seja exatamente isso que está irritando tanto o establishment midiático. Quando grandes empresas ameaçaram retirar suas publicidades do X por causa disso, Musk respondeu xingando a todos. O “bilionário, playboy, filantropo, gênio” parece estar irado.
Nesta semana, Musk disse, inclusive, que está preparado para ir para cadeia caso o FBI peça injustificadamente para que o X retire algum conteúdo da plataforma durante o período da corrida dos EUA no ano que vem. Obviamente, ele está especulando um caso de um pedido em desfavor de Trump. Ou seja, fica claro que o grupo de apoio ao retorno do ex-presidente cresce cada vez mais. No rol de apoiadores estão, além de Musk, também Putin, Mohammad bin Salman (príncipe saudita), Tucker Carlson e o recém retornado ao X, Alex Jones.
No caso de Carlson, com a demissão da Fox, ele acabou indo para o X, criando o seu programa “Tucker on X”, onde tem conquistado centenas de milhões de visualizações por episódio. Realmente um fenômeno. E agora, para a surpresa de todos, o apresentador acabou de anunciar a criação de uma verdadeira emissora dentro do X, a TCN (Tucker Carlson Network). Tudo isso acontecendo às vésperas da chegada do ano das disputas pela Casa Branca.
É possível que uma mudança desta natureza no fluxo de informação pode realmente favorecer o retorno de Trump. Existem até mesmo algumas especulando que em 2024 o ex-presidente irá realizar uma fusão de sua rede social particular (Truth Social) com o X. Outros postulam que a volta de Donald traria um novo cenário inclusive para a América Latina, abrindo caminho uma consolidação de uma “nova onda conservadora” por aqui, antecipada com a vitória de Javier Milei na Argentina. Outro grupo, entretanto, não se empolga muito com a mudança, argumentando que Trump não passaria de mais uma peça do sistema, parte de uma espécie de jogo do Teatro das Tesouras a nível global. Vamos aguardar. O tempo dirá.
E você? Acredita que as chances de retorno para Trump aumentam com o X nas mãos de Musk, favorecendo um discurso mais trumpista, capitaneado por figuras como Tucker Carlson e Alex Jones? Deixe sua opinião nos comentário.
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