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Algumas semanas atrás escrevi um artigo sobre como a saída de Tucker Carlson da Fox News representava um movimento gigantesco no controle da informação a nível global. Todos se perguntavam o que o apresentador faria em seguida, uma vez que o contrato com seu antigo patrão – conforme se especula – o impede de ingressar numa nova emissora, talvez até 2025. Porém, nesta última terça-feira (09), a resposta pode ter finalmente chegado. Isso porque o apresentador publicou um novo vídeo no Twitter anunciado um plano que pode literalmente revolucionar o jornalismo.
Elon Musk tem repetido que sua aquisição do Twitter tem, como um de seus objetivos principais, valorizar o chamado “jornalismo cidadão”, aquele praticado por pessoas comuns, que atuam fora dos grandes conglomerados midiáticos. Porém, não poderíamos imaginar que o apresentador do programa jornalístico de maior audiência dos EUA migraria para o Twitter, abrindo caminho para toda uma revolução na maneira como a informação é produzida e distribuída mundo afora.
É possível que, num acordo com Musk, Carlson consiga criar um programa em que tenha liberdade produtiva total.
Hoje, observamos ao redor do planeta (EUA, Canadá, Europa e Brasil) um movimento que busca limitar o poder das Big Tech e, ao mesmo tempo, blindar as mídias tradicionais. Entretanto, é possível que a inauguração de um programa jornalístico diário de Tucker Carlson no Twitter mude o pêndulo para o outro lado.
O movimento lembra muito a jogada de mestre do Spotify ao “comprar o passe” de um dos podcasts mais importantes do mundo, o Joe Rogan Experience. Estima-se que o serviço de streaming tenha pago cerca de R$ 1 bilhão (U$ 200 milhões) por um contrato de exclusividade com Rogan, após o podcaster entrar numa rota de colisão com o YouTube, disputa que o levou a buscar uma “nova casa” onde pudesse desfrutar de maior liberdade. O Spotify, que realizava apenas streamings de áudio, lançou sua opção de vídeo especialmente para a chegada de Rogan, movimento que trouxe um influxo enorme de novos usuários.
É possível que, num acordo com Musk, Carlson consiga criar um programa em que tenha liberdade produtiva total. Se for o caso, o Twitter estaria criando um espaço completamente novo para os produtores de conteúdo, que seriam instigados a migrar para a plataforma de Musk em busca de uma maior autonomia criativa e rentabilidade.
Seria o Twitter o palco de uma revolução midiática e cidadã antissistêmica? Devo reconhecer que o cenário atual nos deixa consideravelmente céticos quanto a melhorias. Porém, neste caso, estou sendo tentado a voltar a sonhar.
E você? Acredita que uma revolução realmente virá? Deixe sua opinião nos comentários. Deus abençoe vocês.