2017 foi um ano difícil para os integrantes da bancada do PMDB do Paraná na Câmara dos Deputados. Começou com a tumultuada passagem de Osmar Serraglio como ministro da Justiça e terminou com o nome de Sérgio Souza no Supremo Tribunal Federal por ter sido citado em delações da Operação Carne Fraca. Entre uma coisa e outra, ainda teve a prisão do “homem da mala”.
Derrotado na eleição para a cadeira de primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados em fevereiro de 2017, Serraglio acabou lembrado por colegas como uma opção para a gestão Temer. Sua relação de outrora com Eduardo Cunha no processo de impeachment de Dilma Rousseff gerou desconfiança na indicação, mas a posse vingou, no mês de março, e desgastes maiores surgiram na sequência.
No comando da pasta, Serraglio foi acusado de atuar a favor dos interesses da bancada ruralista. “O ministro Serraglio é um excelente deputado, mas ele não está sendo ministro da Justiça. Porque ele está sendo ministro de uma causa que ele defende no parlamento. Os povos indígenas precisam de um ministro que faça justiça, e não um ministro que venha pender para um lado”, disparou Antônio Fernandes Toninho Costa, ao sair da presidência da Funai.
Na Câmara dos Deputados, quem assumiu a cadeira de Serraglio foi o também peemedebista Rodrigo Rocha Loures, que há mais de cinco anos atuava como braço-direito do presidente Temer. Na época, logo após sua posse na Casa, questionado pela Gazeta do Povo sobre os nomes do PMDB para as eleições de 2018, Rocha Loures respondeu que era cedo, pois não se sabia ainda quem sobreviveria à Operação Lava Jato.
No mês seguinte, em abril, ele foi flagrado com uma mala de dinheiro, saindo de um restaurante, em São Paulo, e entrando em um táxi. Na narrativa da Procuradoria-Geral da República (PGR), a propina seria destinada ao presidente Temer.
Com a saída repentina de Serraglio do ministério da Justiça (aparentemente o paranaense soube de sua exoneração pela imprensa), Rocha Loures perdeu o mandato, e acabou preso. Hoje, responde em liberdade pelo crime de corrupção passiva, e é chamado de “o homem da mala” pela imprensa.
No meio disso tudo, a Operação Carne Fraca, deflagrada em 2017 pela Polícia Federal, ainda atingiu em cheio todos os deputados federais do PMDB do Paraná: além de Serraglio, Sérgio Souza, João Arruda e Hermes “Frangão” Parcianello.
Apontado pela PF como o “chefe” de um esquema de propina, Daniel Gonçalves Filho permaneceu quase dez anos como o representante máximo do Ministério da Agricultura no Paraná, indicado e sustentado pela bancada do PMDB.
Hoje delator, Daniel Gonçalves Filho agora tem dito que parte da propina do esquema seguiria para políticos. O conteúdo da delação, contudo, ainda não foi integralmente revelado. Em dezembro de 2017, também veio à tona um depoimento do veterinário Flávio Cassou, outro réu e delator da Operação Carne Fraca. Ele falou a mesma coisa: parte do dinheiro seguiria para os parlamentares do PMDB do Paraná. Citou expressamente o nome de Sérgio Souza.
Os quatro peemedebistas negam terem recebido dinheiro, mas podem se tornar alvos do Supremo Tribunal Federal. Na primeira instância da Justiça Federal, em Curitiba, as sentenças dos processos gerados a partir da Operação Carne Fraca podem sair ainda no primeiro semestre de 2018, ano de eleição.
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