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“Massacre de 29 de abril” vai parar na comissão do impeachment

Senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado (Foto: )
Senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A violenta repressão da Polícia Militar do Paraná para encerrar um protesto de educadores em Curitiba, há exatamente um ano, foi parar na reunião da comissão especial do impeachment contra a presidente Dilma, em andamento no Senado na tarde de hoje (29). A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) aproveitou o episódio com repercussão nacional para iniciar sua fala sobre “contabilidade criatividade” dos governos do PSDB e a “hipocrisia da oposição”, que estaria “usando com a presidente Dilma um critério, e um rigor, que vossas excelências não usam para com os governos de vossas excelências”.

“Hoje, 29 de abril, faz um ano que o governo do Paraná do PDSB massacrou os professores em praça pública. Para quê? Para aprovar uma lei inconstitucional na Assembleia Legislativa para retirar R$ 8 bilhões do fundo de previdência e jogar no caixa do Tesouro para pagar despesas com pessoal. Isso não é pedalada? É o que então? Isso é muito pior. É retirar dinheiro do trabalhador, que pagou seu fundo de previdência. Que nome a gente dá a isso? Mão grande?”, ironizou a senadora do PT, ao comparar ações do governador do Estado Beto Richa com as pedaladas fiscais da presidente Dilma, objeto do pedido de impeachment.

Gleisi também mencionou a mudança de meta proposta pelo governo Richa e que foi alvo do Ministério Público de Contas do Paraná no ano passado. “O governo do Paraná também inovou bastante em termos de meta fiscal. Ele mudou a meta de 2014 em abril de 2015. Tinha um superávit que era de R$ 2,3 bilhões e reverteu para um déficit de R$ 3,5 bilhões. Olha só que coisa bonita. Isso é contabilidade criativa”, continuou ela, para na sequência questionar atos de outro tucano, o senador Antonio Anastasia, quando à frente do governo de Minas Gerais.

Relator da comissão do impeachment apesar dos protestos do PT, Anastasia respondeu a senadora com irritação, reclamando que a petista estava “desviando o foco”. “A senadora apresenta na verdade uma catilinária contra o meu governo. Talvez invejosa de eu ter sido governador de Minas e ela não ter logrado eleição no seu Estado”, atacou ele.

A reunião já dura quase 10 horas e deve se encerrar nos próximos minutos.

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