O novo partido político do senador paranaense Alvaro Dias, o Podemos (PODE), construído a partir de uma sigla que já existia no papel, o PTN, ainda vai precisar mostrar a que veio. No lançamento do PODE, sábado, em Brasília, aparentemente nada de novo: dezenas de cabos eleitorais e, no palco principal, majoritariamente masculino, políticos e discursos já conhecidos. Mas, recém-filiados garantem que se constrói algo aí. Entre os engajados está o ex-prefeito de Londrina Alexandre Kireeff, que terminou o mandato na segunda maior cidade do Paraná, no ano passado, com alta aprovação.
Na cartilha oficial da nova sigla, e Kireeff confirma, a ideia é fazer uma espécie de consulta permanente junto ao eleitorado. Estaria aí o principal trunfo da legenda, na visão dos filiados que aderiram à proposta. Em entrevista à Gazeta do Povo durante o lançamento do PODE, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Kireeff falou que está “entusiasmado” com a ideia. Também se esquivou sobre pretensões eleitorais, embora saiba que seu nome já circula para 2018. Leia a entrevista completa:
Por que a mudança do PSD para o PODE?
O convite, do Alvaro Dias, de participar deste processo de reconstrução, me entusiasmou. Reorganizar um partido político de uma forma mais contemporânea, propor caminhos diferentes…
Mas o que o PODE realmente tem de novo, na comparação com os demais?
Primeiro, o partido assumiu o compromisso de fazer um novo programa, incorporando novas formas de participação da população nas suas tomadas de decisão. A ideia é tornar o partido mais próximo das ações de movimento. Ou seja, os movimentos incorporados à atuação política. Estabelecendo no cotidiano do partido, além das agendas de longo prazo, também as agendas de curto prazo. O partido tem que ser dinâmico.
Além disso, há um compromisso de ruptura com esta forma tradicional de fazer política, que hoje eu repudio, que você repudia, que todos nós repudiamos. É isso que me atrai. E me engajo mesmo.
Que papel o senhor vai ter na formatação disso?
Eu fui convidado a participar do diretório nacional para elaboração do programa do partido. Também vou participar da direção do instituto de estudos políticos, que todo partido tem. E colaborar na organização do partido no Paraná.
Vocês já conseguem quantificar o número de filiados no Paraná? O PTN era um partido pequeno…
Não… Mas a proposta é que seja construído o Podemos, e não que seja consolidado o PTN.
Mas vocês estão construindo [o PODE] a partir do PTN. Como é que vocês encontraram o PTN no Paraná? Abandonado?
Sinceramente, eu estou aderindo ao projeto Podemos. O PTN fará sempre parte da história, porque é a base, mas nós vamos organizar o Podemos.
Sobre eleições de 2018: o senhor será candidato?
Eu me engajo nesse projeto de construção de um partido nacional, que pretende mudar a forma de praticar a política partidária. E o projeto eleitoral para 2018 pode ser consequência, mas jamais será a minha causa. Não entro [no PODE] com o objetivo de me candidatar a qualquer cargo. Porém, também não vou dizer que isso não vai acontecer, porque essas coisas acontecem.
Então, embora não seja seu foco hoje, existe uma expectativa?
Eu realmente acho muito cedo… É lógico que existe uma expectativa que eu possa ser candidato ao governo do Paraná, eventualmente candidato ao Senado, mas tudo a seu devido tempo. E dependendo das circunstâncias, da evolução desse projeto. O PODE tem que ter consistência, do ponto de vista programático. Para mim, isso é fundamental hoje.
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