A saída do deputado federal pelo Paraná Fernando Francischini (SD) da comissão que analisa o projeto de lei 5890/2016 – as “10 medidas contra a corrupção” – rendeu polêmica ontem (22), durante a reunião do colegiado na Câmara dos Deputados. Apesar disso, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador da República Deltan Dallagnol, preferiu não se manifestar sobre o assunto, quando questionado pela imprensa, no corredor de acesso à sala onde acontecia a reunião.
Nas redes sociais, Dallagnol tem alertado fortemente para as intenções dos líderes partidários ao promoverem as trocas de membros da comissão. No último dia 16, uma nota publicada pelo investigador em seu perfil no Facebook, na qual se dizia “profundamente desrespeitado” com as notícias sobre trocas de membros, foi compartilhada por quase 30 mil pessoas. Aos jornalistas em Brasília, contudo, o investigador da Lava Jato preferiu adotar certa cautela. “Acho que a gente tem que esperar, para ver como é que vai ser a redação [do substitutivo ao projeto de lei], para poder comentar”, respondeu ele, ao ser questionado especificamente sobre o caso de Francischini.
Seguindo o caminho de mais de dez membros do colegiado – entre titulares e suplentes –, Francischini perdeu a cadeira no grupo para outro parlamentar, por determinação do seu bloco partidário (que reúne 14 siglas, como PMDB, PP e DEM). Ao microfone, o paranaense imediatamente classificou o episódio como uma “manobra espúria”, reforçando que estava sendo alvo de líderes partidários com disposição para incluir novamente o crime de responsabilidade para magistrados e membros do Ministério Público no projeto de lei. O ponto é rechaçado por Francischini e também por Dallagnol.