Senador Paulo Bauer (PSDB-SC). Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado| Foto:

Os quase 30 senadores (veja lista logo abaixo) que permitiram o trâmite da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 3/2017, de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR), agora correm para explicar que as assinaturas no texto não significam necessariamente apoio ao conteúdo dele.

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Para que uma PEC possa tramitar no Senado, são necessários, no mínimo, 27 assinaturas de parlamentares. Por isso, de fato os senadores têm o hábito de respaldar propostas de colegas, sem às vezes levar em consideração o mérito da matéria, analisado posteriormente. O problema é que a PEC do líder do governo Temer no Congresso Nacional estava longe de ser algo trivial.

Na prática, a alteração no artigo 86 da Constituição Federal, proposta por Jucá, acaba blindando o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de eventuais investigações no curso de seus mandatos no Legislativo.

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Mas, a repercussão negativa da PEC ontem (15) foi tão grande que Jucá acabou retirando o texto na noite do mesmo dia. E, agora, no “day after”, senadores gastam energia para explicar o que suas assinaturas estavam fazendo ali.

O líder da bancada do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), chegou a distribuir uma nota à imprensa para reforçar que “o fato de parlamentares do partido subscreverem a proposição não os compromete a defender a mesma” e “deve ser compreendido como resultado de atendimento a pedido do autor [Romero Jucá] para que o assunto venha a ser debatido oportunamente”.

Já aqueles que não estão na “lista dos constrangidos” aproveitam hoje (16) para alfinetar os colegas. “Tentar blindar lideranças no momento em que a Lava Jato trabalha para fazer uma limpeza na política é uma ofensa à inteligência nacional”, escreveu o senador Alvaro Dias (PV-PR), em seu perfil no Twitter. Ele, e os outros dois senadores da bancada do Paraná, Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB), não assinaram o texto de Jucá.

Ontem (15), quando a proposta ainda “estava de pé”, Jucá fazia uma defesa veemente do texto. Segundo ele, os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados precisam de “estabilidade”, e não podem ficar “suscetíveis a sair da linha de sucessão [da presidência da República] por conta de uma decisão pessoal” do procurador-geral da República. “Acho que isso não é consistente do ponto de vista da harmonia, equilíbrio, entre os Poderes”, argumentava ele.

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“Lava Jato é uma instituição que tem o apoio do povo brasileiro e do Congresso. Não há nenhuma intenção de blindar ninguém em relação à Lava Jato. Vamos ao debate. Aqueles que quiserem votar, votarão, e aqueles que não quiserem votar, se agacharão e tirarão a responsabilidade e a representatividade do Senado e da Câmara”, afirmava o líder do governo Temer, antes de recuar.

Veja quem endossou a falecida “PEC da blindagem”:

Romero Jucá (PMDB-RR)

Aécio Neves (PSDB-MG)

Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)

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Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)

Benedito de Lira (PP-AL)

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

Davi Alcolumbre (DEM-AP)

Edison Lobão (PMDB-MA)

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Eduardo Amorim (PSDB-SE)

Eduardo Braga (PMDB-AM)

Eduardo Lopes (PRB-RJ)

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)

Flexa Ribeiro (PSDB-PA)

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Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)

Hélio José (PMDB-DF)

José Agripino (DEM-RN)

José Aníbal (PSDB-SP)

Lasier Martins (PSD-RS)

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Maria do Carmo Alves (DEM-SE)

Marta Suplicy (PMDB-SP)

Pedro Chaves (PSC-MS)

Renan Calheiros (PMDB-AL)

Roberto Muniz (PP-BA)

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Roberto Rocha (PSB-MA)

Sérgio Petecão (PSD-AC)

Valdir Raupp (PMDB-RO)

Vicentinho Alves (PR-TO)

Zeze Perrella (PMDB-MG)

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