Um apartamento que estaria no nome de Arlete Vilela Richa, mãe do ex-governador do Paraná e candidato ao Senado Beto Richa (PSDB), estava entre os alvos dos 26 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Estadual no âmbito da Operação Rádio Patrulha, deflagrada no último dia 11.
O endereço, um apartamento na Rua Gutemberg no bairro Batel, em Curitiba, entrou na lista de locais porque o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) recebeu uma informação de que Beto Richa, e também o irmão Pepe Richa, teriam levado para o imóvel “grandes volumes em malas e bolsas”. Para carregá-las, os irmãos ainda teriam recebido ajuda de terceiros, aparentemente sem vínculo de parentesco.
“É um possível local onde os investigados estão escondendo provas”, anotou o Gaeco, responsável pela investigação, aberta em maio. As malas e bolsas teriam sido levadas ao apartamento da mãe no mês de julho, ou seja, quando a investigação já estava em andamento.
Procurada, a assessoria de imprensa de Beto Richa informou que “a suspeita é repugnante”: “Não passa de uma ilação, uma fantasia diabólica que em nada condiz com a realidade”. Ele sugere, ainda, de que se trata de um imóvel desocupado: “Beto Richa esteve uma só vez no referido imóvel em mais de 10 anos e lá foi só para conhecer o local”. Arlete não moraria mais no apartamento que acabou sendo alvo do Gaeco.
À Gazeta do Povo, o Gaeco explicou que, no dia das buscas, não havia ninguém no imóvel, “e estava todo bagunçado”. “Num fundo falso do armário foi encontrado uma caixa de madeira contendo R$ 22.650,00 e US$ 9.260,00”, relatou o Gaeco sobre as apreensões no local.
Em vídeo gravado por Beto Richa – e levado parcialmente ao ar na noite desta segunda-feira (17) no horário reservado à propaganda eleitoral na televisão –, o tucano afirma que “invadiram a casa da minha mãe de 78 anos”, ao se referir à Operação Rádio Patrulha.
Ele também alega que é inocente e faz críticas à atuação do Gaeco. “O que aconteceu comigo, com a minha mulher Fernanda, com o meu irmão José Richa Filho (Pepe Richa), constitui um ato de violência, com viés político muito claro. Primeiro, eles querem nos humilhar, para depois nos ouvir. Invadiram minha casa, aterrorizaram minha mulher”, diz o ex-governador do Paraná.
Ao final do vídeo, o tucano diz que “continuarei a lutar pela minha honra e da minha família”. “Continuarei a lutar para preservar a memória do grande brasileiro que foi José Richa, o meu pai. Minha mãe, fique certa. Eles ainda irão lhe pedir desculpas. Porque a minha luta os levará a isso”, fala ele.