“Refundação é coisa de quem tem vergonha do partido”, diz Enio Verri, presidente do PT no Paraná. Foto: Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados| Foto:

No Paraná, dos 42 prefeitos do Partido dos Trabalhadores (PT) eleitos no último pleito, em 2012, 20 resolveram sair da legenda ao longo do mandato. O mesmo fenômeno foi registrado entre os vereadores. Dos 380 petistas que se elegeram em 2012 para as câmaras de vereadores no Paraná, sobraram cerca de 200 filiados.

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“É bastante, sem dúvida. O golpe que foi aplicado contra a democracia e a maneira como a grande imprensa trata o PT influenciou diretamente”, avalia o presidente do PT no Paraná, deputado federal Enio Verri, em entrevista ao blog nesta sexta-feira (30).

Neste pleito de 2016, o PT tem 45 candidatos a prefeito no Paraná e 1.050 candidatos a vereador. Enio Verri alega, contudo, ser impossível fazer uma estimativa de quantos devem ser eleitos nas urnas do próximo domingo (02). “É uma eleição completamente atípica. Nem campanha eleitoral tem direito. Está muito diferente do padrão de campanha que estamos acostumados”, acredita ele, citando como exemplo a questão do financiamento e a redução do tempo de propaganda. “Em cidades médias você não consegue chegar no eleitor com um tempo curto assim”, explica o petista.

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A Executiva estadual do PT fará uma reunião para avaliar o resultado da eleição no próximo dia 7. No dia seguinte, o Diretório estadual da sigla também se reúne. Já a cúpula nacional petista só deve se encontrar no início de 2017, quando os rumos da legenda estarão na pauta. “Vamos fazer uma análise profunda dos acertos, dos erros, do quadro atual e para onde vamos”, diz Verri. Para o presidente do PT do Paraná, a “refundação” do partido, como está sendo ventilada por parte dos militantes, não é a saída. “Refundação é coisa de quem tem vergonha do partido. Eu tenho orgulho do meu partido”, defende o paranaense, filiado ao PT há 36 anos.

O mandato de Enio Verri no comando da sigla no Paraná termina em outubro de 2017, mas todas as eleições internas do PT devem ser antecipadas, devido à crise que vive a legenda. “Por conta do momento difícil, vamos antecipar as eleições, possivelmente para maio”, comenta ele. O comando nacional, hoje nas mãos de Rui Falcão, terá a missão de preparar o PT para as eleições de 2018. “A princípio nosso candidato é o Lula”, enfatiza Verri.