O senador Roberto Requião (PMDB-PR) conversa com Renan Calheiros (PMDB-AL) e Aécio Neves (PSDB-MG). Foto: Agência Senado | Foto:
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anda satisfeito com o relator que escolheu para seu projeto de lei que trata de crimes de abuso de autoridade. Debruçado em torno da proposta, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) também tem defendido o texto de forma aguerrida. Hoje (24), Requião comprou briga com o colega de bancada, o senador Alvaro Dias (PV), e resgatou até o episódio da cavalaria contra os professores, uma das marcas da gestão do ex-tucano no governo do Paraná, em 1988. Antes de Requião subir à tribuna, Alvaro havia usado o mesmo microfone no plenário para lamentar “profundamente” a discussão “apressada” da matéria proposta por Renan.

“Eu entendi perfeitamente o horror do senador Alvaro Dias, que foi governador do Paraná como eu. Ele não pode ser a favor de um projeto que confronte o abuso de autoridade. Enquanto governador do Paraná, ficou famoso por colocar a cavalaria da Polícia Militar a massacrar os professores reunidos na frente da Assembleia Legislativa para levar as suas reivindicações”, atacou o peemedebista. “Houvesse, naquela época, um projeto de lei como esse que eu estou relatando, ele enfrentaria a enxovia de uma cadeia pública pelo ato criminoso de massacrar professores”, continuou Requião, explicando que só fazia tal manifestação porque soube por colegas da “diatribe pesadíssima” de Alvaro Dias contra o projeto de lei.

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Em seu discurso, Alvaro Dias afirmou que “ninguém se recusa a debater o abuso de autoridade” e sua legislação defasada, mas que condenava o momento da votação e a forma como uma matéria de tal importância estava tramitando – direto no plenário, sem passar por comissões internas da Casa. “É descabido tentar votar, precipitadamente, uma matéria que vai exigir debate. E em respeito à sociedade brasileira, precisamos eleger as prioridades deste momento. Essa certamente não é a prioridade. A prioridade é a Lava Jato, como símbolo emblemático de um momento de mudança no País”, afirmou Alvaro, em referência ao fato de os procuradores da República à frente da Lava Jato acreditarem que Renan age em retaliação às investigações, ao propor um projeto de lei do tipo, neste momento. “Não se produz uma boa lei em um ambiente de revanche”, concluiu o senador do PV.