Uma das primeiras consequências da reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados, na última quinta-feira (2), deve ser a troca do líder do governo Temer na Casa, cadeira ocupada hoje pelo deputado federal André Moura (PSC-SE).
A figura do parlamentar do PSC foi alçada à importante cadeira pelo presidente Temer, em maio do ano passado, para não desagradar o Centrão, o bloco informal forjado na “Era Cunha” por médias e pequenas legendas de notório caráter fisiológico.
Mas, ao longo do segundo semestre de 2016, o Centrão foi desidratando. Líder informal do grupo, Eduardo Cunha (PMDB) foi cassado e preso no âmbito da Lava Jato. Na eleição da semana passada, avaliam parlamentares, o Centrão foi finalmente “enterrado”.
O representante do grupo na disputa, Jovair Arantes (PTB-GO), obteve 105 votos e nem conseguiu levar a eleição para o segundo turno. Siglas como PP, PR e PSD, que outrora integravam o Centrão, estavam formalmente no bloco de apoio a Maia.
Agora, com a derrocada do Centrão, eleva a pressão pela troca de André Moura. Sem afinidade com Maia, o parlamentar do PSC já seria “carta fora do baralho”, palpitam integrantes da base de Temer. Resta saber se o substituto – Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) é o mais cotado para a vaga – vai trabalhar para reconstruir o Centrão ou se alinhar definitivamente à “antiga oposição”, capitaneada pelo DEM e o PSDB.