Hoje conhecidos delatores da Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o advogado Antônio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini se conheceram e ficaram amigos entre 2002 e 2003, durante uma operação que, na narrativa do Ministério Público, rendeu quase R$ 40 milhões ao grupo político de Jaime Lerner, ex-governador do Paraná. Parte do dinheiro teria servido, segundo Youssef, para pagar dívidas de campanhas eleitorais. O escândalo ficou conhecido como “caso Copel/Olvepar”, cuja sentença só saiu agora, quase 15 anos após a denúncia.
De lá para cá, Pieruccini acabou auxiliando Youssef em outras operações. O advogado já narrou em depoimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) que, para ajudar o amigo doleiro, fez entregas de dinheiro para o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR). Pieruccini também já contou que teria aproveitado suas viagens entre São Paulo e Curitiba para entregar, a pedido de Youssef, dinheiro para um empresário ligado à campanha da então candidata do PT ao governo do Paraná no ano de 2010, a hoje senadora Gleisi Hoffmann.
Nos dois casos, o relato de Pieruccini reforçou a tese da acusação contra os paranaenses. Já no caso Copel/Olvepar, a participação de Pieruccini nas oitivas gerou irritação no Ministério Público. Alegando se tratar de um caso “antigo”, Pieruccini não se lembrava de quase nada e seu acordo de colaboração premiada chegou a ficar ameaçado. “A colaboração não surtiu efeito prático na elucidação dos fatos ora tratados”, apontou o Ministério Público sobre Pieruccini.
O estrago só não foi maior porque Youssef, o amigo de longa data do advogado, conseguiu abastecer o Ministério Público com relatos mais precisos sobre o episódio.
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