Citado na Operação Publicano, Victor Hugo Boselli Dantas assumiu o comando da Fundepar, autarquia responsável pela administração de toda a rede física escolar do Paraná, e que foi regulamentada pelo governador Beto Richa (PSDB) no último dia 29.
Dantas já atuava na Secretaria Estadual de Educação (Seed) desde meados do ano passado. Ele estava à frente da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude), braço da Seed.
Agora, na Fundepar, Dantas assume uma função que inicialmente foi destinada a Maurício Fanini, exonerado na esteira de outro escândalo de corrupção da gestão tucana, a Operação Quadro Negro.
O nome de Dantas, que em 2014 coordenou a campanha de reeleição de Beto Richa em Londrina, apareceu nos depoimentos prestados pelo ex-auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, principal delator da Operação Publicano, deflagrada no início de 2015.
O delator sustenta que parte do dinheiro obtido no esquema de corrupção que funcionava na Receita Estadual abasteceu a campanha do governador tucano. Em 2014, Luiz Antônio de Souza teria sido orientado a “atender a todos os pedidos do Victor Hugo”.
Entre as compras feitas pelo delator, e que teriam sido entregues a Dantas, estariam 300 chapas de MDF, utilizadas como divisórias para o comitê de campanha na cidade.
Beto Richa nega que isso tenha ocorrido. O caso está sendo investigado pela Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília, desde o início do ano passado.
Já o engenheiro civil Maurício Fanini começou a trabalhar com Beto Richa ainda na Prefeitura de Curitiba, quase 15 anos atrás. Ele foi diretor de Pavimentação da Secretaria Municipal de Obras Públicas, pasta comandada por Beto Richa, então vice-prefeito da capital paranaense.
Em 2011, quando o tucano assumiu o governo do Paraná, Fanini se tornou diretor de Engenharia, Projetos e Orçamentos da Sude. A investigação da Operação Quadro Negro recai neste primeiro mandato da gestão tucana.
Denúncia do Ministério Público do Paraná aponta que a empresa Valor Construtora, com ajuda de Fanini, desviou recursos públicos a partir de contratos firmados com a Seed, entre 2011 e 2014, para reformas e construções de escolas estaduais. O desvio seria de, pelo menos, R$ 18 milhões. Fanini nega as acusações. Ele responde a uma ação penal desde janeiro do ano passado.
Com colaboração da repórter da Gazeta do Povo Rosana Felix.
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