Poucos minutos depois do fim da sessão no Senado que aprovou o impeachment de Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (31), o senador pelo Paraná Alvaro Dias (PV) afirmou que o primeiro desafio da nova administração, de Michel Temer, será conquistar credibilidade junto à opinião pública. A tarefa, segundo o ex-tucano, “não será fácil”. “É mais fácil conquistar o apoio do Congresso Nacional, do que conquistar o apoio popular. Sem credibilidade na opinião pública, fica difícil implementar reformas de profundidade, algumas delas polêmicas, e que devem contrariar interesses localizados”, avaliou ele.
Questionado sobre sua atuação no Senado a partir de agora, Alvaro Dias disse que deve se manter “independente” em relação ao governo Temer. “Não participo, não indico, não nomeio. E fico liberado para criticar quando entender que há equívocos. E apoiar, e apoiar até com entusiasmo, quando entender que o governo esteja acertando”, afirmou ele, que foi um ferrenho crítico das gestões petistas, mas acabou perdendo o protagonismo no embate com a legenda do ex-presidente Lula após migrar para o PV.
“RASGARAM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL”
Em relação à dupla votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff, que a retirou do mandato mas manteve seus direitos políticos, Alvaro Dias fez duras críticas. “O resultado final rasga a Constituição Federal, que é clara e não dá margem a interpretações. Ela estabelece que a pena da inelegibilidade é em decorrência da condenação. Os senadores acabaram revogando também a Lei Complementar 64/1990, a Lei das Inelegibilidades, que deixa claro que a cassação do mandato implica em suspensão dos direitos políticos”, justificou ele.
Para o paranaense, a decisão que retira um dos problemas da petista foi tomada para “aplacar consciências”. “Eu acredito que o voto foi mais para aplacar a consciência daqueles que foram governistas até o último momento e só pularam do barco quando o barco afundou”, cutucou o senador.
PLACAR DA BANCADA DO PARANÁ
Dos três senadores da bancada do Paraná, apenas Alvaro Dias votou a favor do impeachment e também da perda dos direitos políticos. Já Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) se posicionaram favoravelmente a Dilma Rousseff nas duas votações.
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