O advogado Omar Elias Geha não faz mais a defesa do réu da Operação Quadro Negro Maurício Fanini, ex-diretor de Engenharia, Projetos e Orçamentos da Secretaria da Educação. A pedido de Fanini, Geha deixou de representar o réu nos processos criminais do caso, que trata de desvio de dinheiro a partir de contratos entra empresas e a Secretaria da Educação. A informação foi levada nesta sexta-feira (29) à 9ª Vara Criminal de Curitiba, onde tramitam as ações penais derivadas da Operação Quadro Negro, no âmbito da Justiça Estadual do Paraná.
O advogado Omar Elias Geha disse que, na quinta-feira (28), recebeu um telefonema da Custódia da Polícia Federal, onde Fanini está preso. Na ocasião, continua o advogado, Fanini “manifestou seu interesse em revogar os poderes a mim conferidos para atuar nos processos em que figura como Parte, bem como os conferidos por sua mulher Betina Sguario Moreschi Antonio”.
A assessoria de imprensa de Omar Elias Geha não explicou o que teria levado Fanini a romper o contrato. O blog também entrou em contato com familiares de Fanini, mas não obteve retorno.
O advogado Omar Elias Geha foi quem ajudou o réu na negociação com a Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, para se tentar firmar um acordo de colaboração premiada. Mas, recentemente, a pedido da própria PGR, o ministro Luiz Fux, relator da Operação Quadro Negro no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o envio do pré-acordo de delação para a 9ª Vara Criminal de Curitiba.
Formalmente, ainda não haveria um substituto para representar Fanini nos autos, que correm sob sigilo. Mas o blog apurou que o nome do advogado Tracy Reinaldet, cujo escritório também trabalha com delações, estaria sendo ventilado para assumir a função.
Reinaldet já é advogado de Nelson Leal Júnior, ex-diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), do governo do Paraná. Réu no âmbito da Operação Integração, Nelson Leal Júnior já conseguiu a homologação da sua delação.
Na proposta de delação que fez à PGR, e que veio à tona recentemente, Fanini implica autoridades como o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), o deputado federal Valdir Rossoni (PSDB) e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, deputado estadual Ademar Traiano (PSDB). Todos negam participação no esquema de corrupção. Também negam terem se beneficiado com recursos desviados de contratos da Secretaria da Educação.
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