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Para aliado de Osmar, Alvaro Dias chegou “a um ponto de desumanização”

Deputado federal Assis do Couto (PDT-PR). Foto: Billy Boss/Arquivo Câmara dos Deputados (Foto: )

Único parlamentar do PDT na bancada do Paraná em Brasília, o deputado federal Assis do Couto conversou rapidamente com a Gazeta do Povo nesta sexta-feira (3), logo após a confirmação oficial da desistência de Osmar Dias (PDT) na disputa ao governo do Paraná. A decisão de Osmar, às vésperas da convenção estadual do PDT, foi comunicada dois dias depois de o senador Alvaro Dias (PODE-PR), irmão de Osmar, anunciar uma aliança com o PSC para a presidência da República. No Paraná, o PSC é virtualmente comandado pelo deputado estadual Ratinho Júnior (PSD), pré-candidato ao Palácio Iguaçu. Para Assis do Couto, a aliança feita por Alvaro no plano nacional foi a gota d’água para Osmar, que já vinha encontrando dificuldades para construir uma chapa. Confira a entrevista logo abaixo:

O senhor participou desta decisão junto com ele [Osmar Dias]?

Não, cheguei em Curitiba ontem, tinha compromissos, agora estou em Paranaguá. Não participei de nenhuma reunião sobre isso.

Surpreendeu o senhor?

Sim, sim. Quer dizer, era um pouco previsto, mas, a esta altura, achei que ele não tomaria mais essa decisão, achei que ele assumiria a candidatura de qualquer forma.

O que pesou, na opinião do senhor, para ele desistir?

A questão do Alvaro, irmão dele, principalmente. E esse contexto todo, da posição dele, da dificuldade em fazer alianças. E temos que estabelecer um certo grau de razão a ele. Porque as alianças hoje não são em cima de ideias, de programas. É em cima de estrutura, de marketing, de tempo de TV. E acho que ele não quis comprometer os princípios dele, o projeto que ele pensa para o Paraná. Isso tem um sentido forte. Mas acho que isso ele superaria. Se não fosse o fato de o irmão dele fazer aliança com o grupo do Ratinho, ele mesmo assim enfrentaria o debate, ele seria candidato.

Por que ele tinha uma intenção alta de voto…

Sim, ele tinha chance. Era candidato no segundo turno, de qualquer forma. Mas acho que aí pesou a questão familiar mesmo.

O Osmar Dias interpretou a decisão de Alvaro como uma “traição”?

É o ponto desumano da política, né? A política, se você não tiver um pouco de firmeza, ela desumaniza as pessoas. E acho que o Alvaro chegou a esse ponto, né? Não vê mais essa visão familiar, humana, e se deixou levar por um grupo aqui no estado… Foi uma afronta a um candidato que estava no segundo turno, que poderia ser governador do estado.

Como fica isso para os demais candidatos do PDT, para os candidatos a deputado federal do PDT, caso do senhor? O PDT vai se aliar a quem?

Não sei, não sei ainda. Vamos começar a tratar disso com a direção nacional do PDT a partir de agora. Estou indo para Curitiba.

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