Dos 30 parlamentares da bancada do Paraná, 18 votaram ontem (25) a favor do relatório do deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que recomendava o arquivamento da segunda denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Temer, por obstrução de justiça e organização criminosa. Os outros 12 paranaenses votaram contra o parecer do relator. O placar local estava alinhado com o resultado geral, também pró-Temer: do total de 513 parlamentares da Câmara dos Deputados, 251 defenderam o arquivamento da denúncia, impedindo a análise da peça pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); 233 votaram contra o parecer.
Além disso, na bancada do Paraná, nenhuma surpresa: ninguém mudou de lado em relação à análise da primeira denúncia da PGR contra o presidente Temer, por crime de corrupção passiva. A única incógnita, Osmar Serraglio (PMDB), que não apareceu para votar no mês de agosto, já havia indicado posição pró-Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o parecer é analisado antes de chegar ao plenário da Casa.
No microfone, ao votar, Serraglio nem chegou a aproveitar os 15 segundos reservados para cada parlamentar: “Meu voto é “sim”, com o relator”, declarou o peemedebista. Outros paranaenses pró-Temer também foram “lacônicos” diante das câmeras ligadas, caso de Giacobo (PR), João Arruda (PMDB), Nelson Meurer (PP) e Reinhold Stephanes (PSD).
Nas justificativas públicas dos 30 paranaenses, também não houve quem fizesse menção aos outros dois denunciados no bojo da peça da PGR: Eliseu Padilha e Moreira Franco, ministros do presidente Temer que, “por tabela”, também escaparam do processo no STF.
Como na primeira denúncia da PGR, o conteúdo da peça produzida por Rodrigo Janot (ex-PGR) parece importar menos: de modo geral, os parlamentares favoráveis ao arquivamento da denúncia contra o presidente Temer pregam “estabilidade ao país” e “melhoria na economia”; aqueles favoráveis à investigação apontam “perda de direitos sociais” e criticam a reforma da Previdência Social desenhada pelo Planalto. A bancada do Paraná seguiu mais ou menos a mesma cartilha.
Veja logo abaixo de que forma cada deputado federal paranaense aproveitou os 15 segundos ao microfone, ontem no plenário:
18 PARANAENSES VOTARAM A FAVOR DO PRESIDENTE TEMER
Alex Canziani (PTB): Com a certeza que é o melhor para o país, eu voto “sim”.
Alfredo Kaefer (PSL): O governo anterior deixou o país quebrado. Nós vamos ajudar Temer a reconstruir o País.
Dilceu Sperafico (PP): Pela recuperação do emprego, pela nossa economia, eu voto “sim”.
Edmar Arruda (PSD): Inflação de dois e meio, taxa de juro de 8%, geração de emprego, crescimento da economia, é “sim”.
Evandro Roman (PSD): Com a responsabilidade do Brasil que produz, eu voto “sim”.
Giacobo (PR): “Sim”.
Hermes “Frangão” Parcianello (PMDB): Comemoremos a retomada do crescimento econômico do Brasil e celebro aqui o parecer de um decano da política e um homem respeitado no mundo jurídico, que é o deputado Bonifácio de Andrada. Voto a favor do relatório do deputado Bonifácio de Andrada.
João Arruda (PMDB): Voto “sim”.
Luiz Carlos Hauly (PSDB): Voto com o relator Bonifácio de Andrada, eminente parlamentar, pelas reformas, pelas mudanças econômicas no Brasil, voto com o relator.
Luiz Nishimori (PR): Mais uma vez voto pensando pelo Brasil, na nossa economia e na credibilidade internacional do Brasil. Voto “sim”.
Nelson Meurer (PP): Voto “sim”, com o relatório.
Nelson Padovani (PSDB): Pelo crescimento do Brasil, eu voto “sim”.
Osmar Bertoldi (DEM): Conforme orientação do meu partido, eu voto “sim”.
Osmar Serraglio (PMDB): “Sim”, com o relator.
Reinhold Stephanes (PSD): “Sim”, com o relator.
Sérgio Souza (PMDB): De forma muito consciente, entendendo que neste processo não há os pressupostos, os elementos, para abrir uma denúncia, eu voto “sim” ao relatório.
Takayama (PSC): Pela responsabilidade, pela estabilidade de uma nação, pela retomada do crescimento, pela melhoria do PIB, pela volta do emprego no Brasil, eu voto “sim”.
Toninho Wandscheer (Pros): Eu voto com o relator, meu voto é “sim”.
12 PARANAENSES VOTARAM CONTRA O PRESIDENTE TEMER
Aliel Machado (Rede): Existia um acordo entre Aécio Neves, Eduardo Cunha e Michel Temer para colocar essa política que retira direitos do povo brasileiro. Essa é uma denúncia de crime comum e é a Justiça que tem que investigar. Contra a corrupção verdadeira e a farsa dessa Casa.
Assis do Couto (PDT): Somos todos iguais perante a lei. Contra o abuso de autoridade do mandatário maior do País, meu voto é “não” a este relatório e “sim” à investigação.
Christiane Yared (PR): Pelo povo do Paraná, eu afirmo que ninguém está acima da lei. Sendo presidente ou governador de Estado todos devem ser investigados. Não é necessário fugir. É necessário enfrentar.
Francischini (SD): Por uma questão de coerência, de quem votou o impeachment de Dilma Rousseff, foi às ruas, como muitos, pedir a prisão de Lula, não teria como, representando a minha instituição Polícia Federal, e o eleitor do meu Estado do Paraná, votar contra a investigação.
Diego Garcia (PHS): Eu não vou envergonhar o Estado do Paraná. Não vou envergonhar o meu país. Pela segunda vez, voto “não” à impunidade, voto “sim” à investigação, acompanhando aquela que é a postura da bancada do PHS.
Ênio Verri (PT): Contra a quadrilha que dirige esse país, em defesa da soberania nacional e em respeito aos votos que recebi da população paranaense, voto contra o projeto do PSDB. Fora Temer.
Leandre (PV): Consciente de quanto custará à população brasileira barrar mais uma denúncia aqui nessa Casa, voto a favor da investigação, contra o relatório.
Leopoldo Meyer (PSB): Meu voto é “não” ao parecer aprovado pela CCJ.
Luciano Ducci (PSB): Vou votar de acordo com a vontade do povo brasileiro. Vou votar “não”.
Rubens Bueno (PPS): A defesa fala em ação espetaculosa do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça Federal. Por isso digo “não” ao relatório e digo “sim” às investigações de ações criminais de ontem, de hoje e de sempre.
Sandro Alex (PSD): Mantendo a coerência com todas as minhas votações no parlamento e cumprindo com a minha obrigação com os paranaenses, “sim” à investigação, “não” ao relatório.
Zeca Dirceu (PT): Meu voto é “não”. Meu voto é a favor do Brasil, contra Temer, contra esse relatório. E por justiça. Barrar Temer significa barrar a reforma da previdência.
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