A principal ação penal da Operação Quadro Negro no primeiro grau da Justiça Estadual foi oficialmente retomada. A informação consta em um despacho assinado nesta segunda-feira (22) pela juíza de Curitiba Danielle Nogueira Motta Comar. O processo é sigiloso.
No mesmo documento, obtido pela Gazeta do Povo, a magistrada também determina a prorrogação, por mais 90 dias, do monitoramento eletrônico do réu Eduardo Lopes de Souza, dono da Valor Construtora. Em meados de 2017, ele ganhou autorização para trabalhar em Cuiabá, no Mato Grosso, com a tornozeleira eletrônica.
Na mesma manifestação, a juíza de Curitiba também pede para que Eduardo e seu filho Gustavo, também réu, acostem no processo os termos de colaboração premiada homologados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado.
A denúncia
Recebida pela 9ª Vara Criminal de Curitiba no início de 2016, a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR), acusa 15 pessoas de participação em um esquema de desvio de dinheiro público, a partir de contratos firmados entre a empresa curitibana Valor Construtora e a Secretaria da Educação, para obras em escolas estaduais, durante o primeiro mandato de Beto Richa (PSDB) no governo do Paraná, entre 2011 e 2014.
O MP-PR aponta um desvio de ao menos R$ 18 milhões, entre recursos estaduais e federais, e coloca o empresário Eduardo Lopes de Souza e também o ex-diretor da Secretaria da Educação Maurício Fanini como peças centrais na narrativa. Fanini também tenta fechar um acordo de colaboração premiada.
Leia mais: Processo será retomado já em fase de alegações finais.
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