Ninguém conseguiu ainda desbloquear um celular (do tipo iPhone) do principal delator da Operação Quadro Negro, Eduardo Lopes de Souza, fato que tem atrapalhado a realização de uma perícia no aparelho, solicitada pelo Ministério Público do Estado do Paraná (MP-PR).
O impasse começou porque o Instituto de Criminalística do Paraná alegou não ter os equipamentos/programas necessários para desbloquear o celular e resgatar o conteúdo.
Na quarta-feira (25), como o dono da Valor Construtora prestaria depoimento na 9ª Vara Criminal de Curitiba, o juiz de Direito Fernando Bardelli Silva Fischer ainda aproveitou a presença do delator para tentar o desbloqueio com a digital. Não deu certo.
Já o MP sugeriu a contratação de uma empresa especializada no desbloqueio de aparelhos, ao custo aproximado de R$ 8 mil. Também sugeriu que o próprio delator pagasse pelo serviço.
Mas, Fernando Bardelli Silva Fischer não acolheu de imediato a manifestação do MP, argumentando que ele não tinha como obrigar o delator a pagar pelo desbloqueio.
“Extrapola a função [da 9ª Vara Criminal de Curitiba] qualquer ato a fim de compelir o réu para que arque com o valor da perícia ou que apresente outra solução, uma vez que a produção da prova foi requerida pelo Ministério Público (…). De qualquer forma, havendo interesse de qualquer parte (réus e MP) na realização da referida perícia, faculto a possibilidade da sua realização mediante o custeio próprio da diligência, a ser requerida no prazo de cinco dias, ou da apresentação de solução diversa”, concluiu o magistrado, em despacho obtido pela Gazeta do Povo, e assinado ainda na quarta-feira (25).
O blog De Brasília não conseguiu falar nesta quinta-feira (26) com a advogada Rose Meri Baggio, responsável pela defesa de Eduardo Lopes de Souza. Membros do MP também foram procurados, mas não quiseram se manifestar.
Três ações penais derivadas da Operação Quadro Negro tramitam em sigilo na 9ª Vara Criminal de Curitiba.
Na quarta-feira (25), Eduardo Lopes de Souza foi prestar depoimento no âmbito do processo que acusa Maurício Fanini (ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação) e sua mulher, Betina, do crime de lavagem de dinheiro.
No processo principal, no qual 15 pessoas são réus, Eduardo Lopes de Souza ainda prestará um novo depoimento, agora na condição de colaborador.