Contrariando os interesses da cúpula do seu PMDB, o senador pelo Paraná Roberto Requião passou a defender a antecipação de novas eleições gerais para, segundo ele, “evitar desgraça maior”. Requião é contrário ao impeachment da presidente Dilma, por entender que não houve crime de responsabilidade, mas, em seu site, ponderou que “afunilam-se a cada hora mais os caminhos para a salvação” do mandato da petista e que diante de “um previsível governo neoliberal, nem mais as migalhas teremos”.
Embora Requião não cite o nome do vice-presidente da República em seu texto, o senador se refere claramente a um eventual governo Temer. “Não que o governo da presidente Dilma seja um primor, o suprassumo do progressismo, um paladino destemido das causas nacionais e populares. Não. Mas o que se vislumbra nas frestas da conspiração é o retrocesso, é a marcha ré rascante, violenta no pouco que se avançou”, escreveu ele.
Requião sempre foi um dos principais críticos do documento “Uma Ponte para o Futuro”, lançado por Michel Temer no final do ano passado e considerado hoje uma espécie de “plano de governo” do PMDB.
“Diante disso, apelo à presidente não que desista e sim que abra uma janela de esperança para o país, convocando novas eleições presidenciais para outubro deste ano. Consumado o golpe parlamentar-empresarial-mediático poderemos ter no comando da República o mais deslavado, cruel e impiedoso governo neoliberal”, reforçou ele.
ELEIÇÕES
A ideia de antecipar as eleições já está sendo formalmente defendida por um grupo de seis senadores: João Capiberibe (PSB-AP), Walter Pinheiro (Sem partido–BA), Randolfe Rodrigues (Rede–AP), Lídice da Mata (PSB–BA), Paulo Paim (PT-RS) e Cristovam Buarque (PPS-DF). No último dia 19, eles protocolaram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 20/2016, que pede a realização de eleições diretas para presidente e vice-presidente da República no dia 2 de outubro deste ano. Eles alegam que a PEC seria uma espécie de “solução negociada” para a atual crise política no Brasil.
Para Requião, que passou a falar da possibilidade de eleição após o pedido de impeachment ter recebido o aval da Câmara dos Deputados, a ideia seria permitir um “recall”, uma espécie de “avaliação popular” do eleito, que poderia ter ou não o seu “mandato referendado” após um período no exercício do cargo.
“A presidente Dilma deveria ser afastada do cargo por não ter cumprido os compromissos que assumiu com o povo brasileiro, governando em contradição com o contrato que firmou com eleitores na campanha de 2014, mas nunca, jamais por crimes de responsabilidade que, todos sabemos, inclusive a oposição, ela não cometeu”, afirmou o paranaense.
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