Ao falar da propina de meio milhão de reais entregue em uma mala ao paranaense Rodrigo Rocha Loures (PMDB), o executivo da JBS Ricardo Saud esclarece aos investigadores do Ministério Público Federal (MPF) que o dinheiro se destinava ao presidente da República, Michel Temer (PMDB). “Tenho certeza absoluta que o Rodrigo Rocha Loures era, na verdade, só o mensageiro. O dinheiro foi combinado entre nós com o presidente Temer. Ele [Rocha Loures] era só um intermediário”, afirmou Saud, ao final de um dos depoimentos filmados pelo MPF.
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“Nós tratamos de propina com o Temer. Nós nunca tratamos de propina com o Rodrigo. Rodrigo foi o mensageiro que o Michel Temer mandou para conversar com a gente, para resolver nossos problemas, e para receber o dinheiro dele”, reforçou Saud, no último dia 10. Saud, que atuava como diretor de Relações Institucionais da JBS, é um dos sete delatores ligados à empresa.
Até aqui, assessores do presidente Temer, além de reduzir o papel que Rocha Loures detinha no Planalto, têm espalhado nos bastidores que o paranaense teria agido “por conta própria”, sem anuência do chefe do Executivo. Em pronunciamento feito neste sábado (20), no Palácio do Planalto, o presidente Temer também deu a entender que, ao indicar Rocha Loures a Joesley Batista, dono da JBS, a intenção era apenas a de “se livrar” do dono da JBS. “Não há crime, meus amigos, em ouvir reclamações e me livrar do interlocutor indicando outra pessoa para ouvir suas lamúrias”, declarou ele.
Antes de assumir o mandato de deputado federal, em março, Rocha Loures trabalhou ao lado de Temer durante quase cinco anos. Devido à proximidade entre os dois, o paranaense, que está suspenso das suas atividades no parlamento, estaria sendo considerado uma “peça-chave” pelo MPF, com potencial para virar delator. À imprensa, Rocha Loures tem dito que apenas se manifestará “no momento oportuno”. O presidente Temer nega ter cometido crimes.
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