Colegas do deputado federal afastado Rodrigo Santos da Rocha Loures (PMDB-PR) se dizem surpresos com os registros da Polícia Federal, feitos no bojo das delações da JBS, e que mostram o paranaense pegando uma mala com R$ 500 mil de propina. Rocha Loures “não tem perfil de operador”, destacou um parlamentar do PMDB ouvido pelo blog.
O destino final da mala, que foi entregue pela defesa de Rocha Loures na noite de ontem (22) à PF de São Paulo, ainda não está totalmente esclarecido. Investigadores chegaram a cogitar que a mala teria sido levada para um endereço ligado ao pai do político, o empresário Rodrigo Costa da Rocha Loures, que presidiu a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), entre 2003 e 2011, e chegou a ser cotado para comandar a Itaipu, na gestão Temer. Mas, o rastreamento não foi concluído pela PF.
Delatores da JBS sustentam que o dinheiro havia sido combinado com o presidente Temer e que Rocha Loures seria apenas o “mensageiro”, o “intermediário”. Desde a semana passada, Rocha Loures se cala sobre o assunto. Investigadores da Procuradoria-Geral da República (PGR) acreditam que o paranaense é uma peça fundamental para o esclarecimento do fato. Um potencial delator, em resumo. A esposa de Rocha Loures, lembram aliados, está grávida, e haveria uma pressão da própria família do parlamentar afastado para que ele colabore com as investigações e evite uma prisão.
A cassação do mandato, contudo, parece inevitável, na opinião dos colegas de Rocha Loures. “Acho que o melhor seria ele renunciar, para evitar o constrangimento da cassação”, opinou o mesmo peemedebista. Um pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar já foi protocolado no Conselho de Ética da Casa.
O mandato de Rocha Loures já era frágil: ele estava como suplente em exercício desde março, no lugar de Osmar Serraglio (PMDB-PR), que se licenciou para comandar a pasta da Justiça. No curto período que permaneceu na Câmara dos Deputados, Rocha Loures foi cotado para ser coordenador da bancada do Paraná, função hoje exercida pelo deputado federal Tonhinho Wandscheer (PROS-PR). A proximidade com o presidente Temer poderia ajudar nos pleitos da bancada paranaense, argumentavam colegas favoráveis à troca.
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