O suplente em exercício na Câmara dos Deputados Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial do presidente da República Michel Temer, sugeriu durante entrevista exclusiva concedida à Gazeta do Povo, semana passada, que o deputado federal João Arruda (PMDB-PR) estaria atuando para assumir o comando do PMDB nacional, ao endossar a carta de um grupo de peemedebistas que cobra o afastamento dos dirigentes da sigla implicados na Lava Jato.
Ao ser questionado sobre a carta dos peemedebistas, Rocha Loures disse primeiro que não se sente incomodado com o fato de o senador Romero Jucá (RR), alvo da Lava Jato, estar exercendo a presidência do PMDB. Depois, enfatizou que qualquer alteração no comando da legenda deve necessariamente seguir os ritos previstos no estatuto do partido. Por fim, sugeriu que João Arruda teria interesse na queda dos dirigentes, já que, pela linha sucessória, poderia ser alçado ao principal posto do PMDB.
O presidente do PMDB nacional é Michel Temer, mas ele está licenciado. Por isso, quem assumiu foi Romero Jucá, primeiro vice-presidente da Executiva. Se Jucá cair, o segundo vice é Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, também alvo da Lava Jato. O terceiro vice é o paranaense João Arruda, sobrinho do senador Roberto Requião (PMDB-PR).
Na carta, que tem sido encabeçada pelo deputado federal Carlos Marun (MS), o fiel escudeiro de Eduardo Cunha, peemedebistas se colocam como “defensores do princípio de presunção da inocência”, mas ponderam que, diante da “dramaticidade” do momento, membros do comando nacional da legenda implicados na Lava Jato deveriam se afastar de suas funções. “A verdade é que o partido necessita de um novo comando para que estejamos à altura de enfrentarmos as próximas eleições”, diz trecho.
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