A favor da criação de um fundo eleitoral público para abastecer as campanhas de 2018, em discussão em Brasília, o deputado federal Sérgio Souza (PMDB-PR) faz apenas uma ressalva: ele quer regras também para a distribuição do dinheiro no âmbito dos partidos políticos. “Eu sou a favor do fundo eleitoral desde que [o dinheiro] chegue a todos aqueles que pretendem ser candidatos. Porque se for para concentrar só no dirigente do partido político, aí fica injusto. Se no PMDB do Paraná tiver dez candidatos e o Requião for dar dinheiro só para o filho dele, aí não resolve”, alfineta Sérgio Souza, durante entrevista ao blog.
Ele se refere ao atual presidente da legenda no Paraná, o senador Roberto Requião, e a polêmica em torno das campanhas do PMDB nas eleições do ano passado, quando o deputado estadual Requião Filho estava entre os concorrentes à Prefeitura de Curitiba e se beneficiou com quase a totalidade dos recursos da sigla.
O chamado Fundo Especial de Financiamento da Democracia, que contaria com mais de R$ 3,5 bilhões do orçamento da União para as siglas distribuírem entre seus candidatos, ainda precisa ser aprovado no plenário da Câmara dos Deputados para entrar em vigor nas eleições de 2018. “A sociedade precisa saber que o financiamento das campanhas eleitorais já é público. O governo federal já paga Fundo Partidário, já paga tempo de TV para os partidos”, defende Sérgio Souza, que integra a comissão especial da reforma política na Câmara dos Deputados.
Para o paranaense, o melhor modelo era o anterior, com a possibilidade de doação de empresas. Agora, com o veto ao financiamento privado, a criação de um fundo eleitoral seria a única alternativa. “O que nos sobra hoje? Doação de pessoa física. Mas o cidadão não vai doar. Não existe isso. Nunca existiu. Então aquele que tem muito dinheiro vai bancar a sua própria campanha. Aquele que tem uma exposição midiática, aquele que já está no mandato, todos esses terão vantagens numa eleição sem financiamento público. O cidadão comum jamais vai conseguir chegar ao poder”, argumenta ele.
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