A ação penal referente à terceira fase da Operação Publicano segue parada na 3ª Vara Criminal de Londrina, e isso agora completa seis meses. Em maio, o advogado Walter Bittar protocolou um Habeas Corpus (HC) no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando ilegalidade no cumprimento de um mandado de busca e apreensão em um endereço ligado ao casal de comerciantes Antônio Pereira Júnior e Leila Maria Raimundo Pereira, acusados de lavagem de dinheiro no processo da “Publicano 3”.
Segundo Bittar, desconsiderados os documentos apreendidos na ocasião, não há justa causa para o recebimento da denúncia contra o casal. Ele pede, portanto, o trancamento da ação penal.
Ainda no mês de maio, o ministro Gilmar Mendes deferiu o pedido de liminar no HC, suspendendo provisoriamente a ação penal, até deliberação final sobre o assunto, ou seja, até o julgamento de mérito do caso.
Mas, desde então, o processo segue parado. Em setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) já emitiu seu parecer sobre o mérito. Mas a posição da PGR não é pública, já que o HC tramita de forma sigilosa no STF.
“Publicano 1” e “Publicano 2”
Não é o único processo da Publicano paralisado, e à espera de decisões de instâncias superiores do Judiciário. As ações penais referentes à “Publicano 1” e “Publicano 2” foram remetidas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em setembro, devido à citação ao nome do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), ainda durante as investigações que resultaram nas denúncias. Caberá à ministra Nancy Andrighi analisar se o que foi feito até aqui pela 3ª Vara Criminal de Londrina foi válido ou não.
O processo da “Publicano 1” já havia sido concluído, com sentença. Já a ação penal da “Publicano 2” estava em fase de instrução.
Os demais processos da Publicano – quase dez somente na esfera criminal –, e outras investigações relacionadas ao caso, seguem normalmente.
A Operação Publicano, deflagrada no início de 2015 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina, revelou um mega esquema de corrupção na Receita Estadual, com dezenas de auditores fiscais denunciados, inclusive nomes da cúpula do órgão, lotados em Curitiba.
Leia mais:
Escândalo de corrupção no governo Richa chega a momento crucial no STJ.
Direita vê ação contra militares como “cortina de fumaça”; governistas associam caso a Bolsonaro
O que diz o relatório da PF que levou à prisão de militares por plano de morte de Lula e Moraes
PF diz que Braga Netto foi peça-chave em suposto plano de golpe de Estado
Quem são os secretários escolhidos por Trump para compor o governo dos EUA a partir de 2025
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF