A divisão do PSDB na esfera nacional, em torno da permanência ou não da sigla na base aliada do presidente Temer (PMDB), também se repete entre lideranças do Paraná. Os dois únicos deputados federais paranaenses filiados à sigla, e no exercício do mandato, Luiz Carlos Hauly e Nelson Padovani, têm posições opostas sobre o assunto. Enquanto o primeiro acha que o PSDB já deveria ter desembarcado, mantendo apenas o apoio à pauta do Planalto no Legislativo, o segundo acredita que o presidente Temer “é o que temos” e “não temos que mudar nada”.
“Eu acho que o PSDB já está bastante representado dentro do governo Temer, temos quatro ministérios. E o presidente Temer está fazendo as reformas, enfrentou a questão da Previdência Social, a economia está se recuperando. Precisamos mantê-lo até o último dia do mandato dele”, defendeu Nelson Padovani, em entrevista à Gazeta do Povo.
Questionado se a abertura do inquérito contra o presidente Temer não era uma preocupação, Padovani enfatizou que o chefe do Executivo “não foi condenado”. “Quem é que não está sendo investigado hoje no Brasil?”, minimizou ele. “Precisamos parar de falar de política o tempo todo. Os empresários estão quebrados. Precisamos dar sustentação ao governo Temer para recuperar a economia do País”, afirmou Padovani.
Já Luiz Carlos Hauly tem outra visão, embora também seja um defensor das reformas eleitas como prioritárias pelo governo Temer. “Eu entendo que o PSDB poderia sair do governo e dar apoio aqui na Câmara nos projetos principais, sem críticas. Nós derrubamos o PT e temos compromisso em reerguer o País”, afirmou ele, à Gazeta do Povo.
Hauly é relator da reforma tributária na Câmara dos Deputados e, mesmo depois da crise política gerada a partir da divulgação das delações da JBS, continua empenhado na aprovação da matéria. “Agora que a reforma tributária é viável. Porque a da previdência ficou difícil. Já era difícil, agora ficou impossível”, admitiu ele.
Para o tucano, o parlamento “vai ter que dar uma resposta à sociedade”. “Eu estou esquecendo o governo. Esse é um projeto nacional, independente do governo. É desejo de deputados e senadores terem uma agenda positiva. Reforma previdenciária e trabalhista dão desgaste. Essa agenda [da reforma tributária] vai gerar emprego, receita”, reforçou o parlamentar.
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