Bangkok é uma cidade para quem dorme cedo e também para quem acorda tarde. Está viva. Há atividades diversificadas nas 24 horas do dia. Cosmopolita, acolhe visitantes do mundo todo, é um importante hub do sudeste asiático com conexões de voos para todos os continentes. Lugar onde o inglês já não é mais uma barreira tão difícil de ser transposta.
Segura, muito segura, a qualquer hora da noite. Cheguei de madrugada, peguei ônibus de linha, desci numa avenida e caminhei de mochila às costas procurando hostel, pensão ou pousada. Com a maior tranquilidade. Há moradores de rua, assim como também há policiamento e muita paz, típico do perfil asiático.
A malandragem está com os taxistas, que resistem em usar o taxímetro, e com os motoristas de tuk tuks que superfaturam qualquer pequena corrida. Esses triciclos são a praga do Sudeste Asiático. A Embaixada do Brasil na Tailândia sugere que o visitante evite o tuk tuk porque são muitos os casos em que o motorista não leva o passageiro ao destino e tenta convencê-lo a sair para comprar em lojas onde recebe comissão, entre outras trapaças (leia post sobre tentativa de extorsão em tuk tuk no Laos clicando em http://migre.me/t1yn5).
Bangkok se move. Lenta e rapidamente. Devagar pelos congestionamentos e tráfego pesado. Rápido de trem e metrô. Por água, de barco e com ferry boat. Talvez essa agitação toda tenha absorvido a afabilidade natural dos habitantes. Nas áreas de grande concentração de estrangeiros, os tailandeses se mostram bem impacientes, repelem perguntas e contestações, expõem a face rude da cidade grande.
A Tailândia é um país que louva a alimentação e em Bangkok você pode comer de tudo: dos pratos típicos e acondimentados à comida do ocidente; de pizza a quitutes de rua; de fast food a insetos e aracnídeos. Provei um escorpião no espeto, tem gosto de… nada, é como casca frita.
Sucos de frutas e batidos são diversos. Tudo é saboroso. À parte dos frutos do mar, da típica massa oriental com frango ou camarão; das castanhas e do arroz, há deliciosas sobremesas. Sorvetes servidos na casca de côco ou finos pães com omelete e cobertura de leite condensado, por exemplo.
Dá para dividir em duas grandes áreas a cidade: a parte da realeza e lugares históricos e a região moderna. Na primeira estão edifícios religiosos belíssimos, com o Wat Pho, o maior e mais antigo templo da cidade e que abriga a mais completa coleção de estátuas de Buda da Tailândia; e o Grande Palácio, antiga residência dos reis tailandeses. É a cidade que venera Buda – o príncipe transcendido, Sidhartha Gautama – em todas as formas, tipos e tamanhos. Sempre com recato. Se não estiver vestido ou coberto adequadamente, pode emprestar saia ou calça nos guichês de ingresso aos santuários.
Na parte nova, gigantes centros comerciais e de compra se conectam com hotéis e restaurantes, enquanto passarelas alçam voo sobre avenidas. As ruas mudam de cor segundo a projeção de imensos painéis de neon e de letreiros cinematográficos. Quando as portas dos enormes shoppings centers se abrem, os potentes ares condicionados refrescam até meio quarteirão.
O complexo de compras mais sofisticado reúne três shoppings: Sim Center, Siam Discovery e Siam Paragon, este último com oito andares, dois só para entretenimento. A praça de alimentação tem quiosques especializados em qualquer tipo de comida, oriental e ocidental. As compras são feitas com cartão de débito do shopping, abastecido num quiosque central.
Virou mania construir santuários na frente dos hotéis chiques, depois que edificaram o de Erawan, na época por considerarem que as forças negativas atrasavam a construção do Grande Hotel Hyatt e provocavam acidentes e mortes. Mas foi ali o cenário do atentado que matou moradores e estrangeiros, em agosto do ano passado. É um templo hindu num país essencialmente budista.
Tem espaço para todo mundo em Bangkok. Espremidas debaixo de pontes, pequenas barraquinhas de comida e tendas de bugigangas coabitam com redes de supermercado, luxuosos restaurantes envidraçados e lojas de marca.
A cidade é tão extraordinária que circulei por duas semanas e ainda poderia ficar mais alguns dias com atividades totalmente diferentes. Há um mercado imenso, só de flores; museus lúdicos e interativos; ginásios com apresentações do real Muay Thai; apresentações de orquestras à beira do rio; imensos bazares e mercado noturnos; e muitos rapazes travestidos de mulher trabalhando no comércio. Com o crescimento da cidade, os antigos canais estão para virar lenda, mas ainda é possível se surpreender com táxis náuticos e barcos grandes, com motores potentes.
A honestidade local é admirável. Dentro de uma van, na área central da cidade, recebi uma cestinha de plástico com várias moedas e notas de bath, o dinheiro deles. “Coloque o dinheiro na cesta e passe adiante”, explicou-me o rapaz. “Assim, sem recibo?”, confirmei. Depositei os 30 baths, cerca de um dólar, e segui viagem pela cidade. Gratificante.
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