A inteligência artificial sacudiu o setor de RH com as plataformas de recrutamento e seleção que combinam os requisitos das vagas com as competências das pessoas. Se, por um lado, a tecnologia resolveu o problema de quem precisa de mais eficiência diante de uma pilha de currículos, por outro, desagradou candidatos que reclamam do caminho automatizado até a inscrição para o emprego dos sonhos. Desencontros à parte, fato é que a IA tem ganhado espaço e já é considerada um "copiloto" dos recrutadores.
Em palestra no evento HR4results, que aconteceu em São Paulo de 20 a 21 de junho, Willian Katayama, gerente sênior de Employer Branding e Inovação da Vivo, afirmou que a IA aprimora e acelera o processo de recrutamento. E contou que quanto mais a ferramenta é utilizada conforme os filtros definidos, mais precisos são os resultados. Segundo ele, o tempo economizado na triagem que antes era feita manualmente agora é investido para conhecer melhor as pessoas. "Esta área nunca vai perder o olhar humano porque existem processos que não podem ser feitos em uma esteira de automação", disse.
Participante do mesmo painel no evento, Cesar Nanci, CEO da Pulses by Gupy, contou que a IA tem um papel importante também no dia a dia da gestão de pessoas, para além da atração dos melhores candidatos. A partir de pesquisas realizadas continuamente, é possível fazer um raio x do clima organizacional e analisar textos e comentários para inferir a probabilidade de pedidos de demissão, por exemplo. "Dá para saber o nível de risco, quantas pessoas podem sair e as causas", disse ao ressaltar a importância da confidencialidade das informações coletadas.
Na visão de Nanci, a máquina deve estar a serviço das pessoas no setor de RH para apoiar a tomada de decisões rápidas e embasadas em fundamentos. Ele enxerga potencial especialmente maior no uso deste tipo de tecnologia por profissionais de média gerência, aqueles que precisam consolidar as diretrizes que vêm da diretoria e alinhá-las com as necessidades operacionais sem perder tempo.
Cuidados no uso da IA para a gestão de pessoas
É evidente que a inteligência artificial traz vantagens significativas para o setor de RH, mas as empresas precisam estar atentas à responsabilidade no uso da tecnologia. Isso porque, assim como nós, os modelos de IA também podem reproduzir vieses e preconceitos se não forem treinados adequadamente na hora de simular o pensamento humano por meio de códigos e algoritmos.
O primeiro cuidado a ser tomado é com a comunicação. A implementação de uma área de dados na gestão de pessoas deve ser claramente comunicada para que os colaboradores entendam a natureza daquele processo, que é aprimorar o desempenho do negócio com base em evidências, e não se sintam ameaçados pela tecnologia.
O segundo cuidado é com o tratamento dos dados. Além da transparência na finalidade do uso das informações, as empresas precisam ter uma boa governança de dados para garantir a confidencialidade e evitar vazamentos que possam comprometer a individualidade das pessoas ou até mesmo segredos do negócio.
O terceiro cuidado é com a humanização. Por mais automatizada que uma empresa seja, ela não deve perder de vista o trato com as pessoas. Ninguém quer ter seu desempenho reduzido a um cálculo de ROI (retorno sobre investimento), até porque, como sabemos, existem nuances no ambiente corporativo que escapam à matemática dos dados.
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