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Da coluna Delações não premiadas, publicada nesta segunda-feira, na Gazeta do Povo:

A defesa dos irmãos Leandro e Leonardo Meirelles, réus da Lava Jato, confirma que os acordos de colaboração premiada dos dois foram homologados pelo STF. Um dos políticos citados é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). Leonardo Meirelles é dono da Labogen, que, de acordo com o MPF, firmou contrato em 2013 de R$ 150 milhões com o Ministério da Saúde para o fornecimento de insumos farmacêuticos, o que nunca aconteceu. Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, Leonardo disse ter comprovantes de depósitos de US$ 5 milhões que recebeu em suas contas no exterior e teriam Cunha como destinatário final.

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Senso crítico?

Os deputados investigados na operação Lava Jato evitaram falar em corrupção na hora de se posicionar em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na votação na Câmara. O único deputado que mencionou a palavra “corrupção” em seu voto foi o gaúcho Luiz Carlos Heinze (PP). Dos 22 investigados na Lava Jato, 16 votaram a favor do impedimento da presidente Dilma, dois deles não votaram e quatro foram contra o impeachment. As palavras mais recorrentes nos discursos dos investigados são família, democracia, desenvolvimento, filhos, respeito e mudança, por exemplo.

Delator emocionado

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró chorou por duas vezes durante audiência com o juiz federal Sergio Moro na última semana. Ele chegou a pedir perdão à sociedade e à Petrobras. O ex-diretor se emocionou ao lembrar da participação do filho para que ele pudesse fechar um acordo de delação premiada. “Perdi seis ou sete meses em prisão fechada. E pior do que isso: meu filho, minha nora e minha neta saíram do país por questões de segurança”, conta, chorando. “O seu filho realmente foi bastante corajoso, merece esses elogios do senhor, mas isso não diz respeito a esse caso”, rebateu Moro, encerrando a oitiva.

Apócrifo

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Há duas semanas tem circulado pela capital paranaense o jornal apócrifo “República de Curitiba”, que utiliza o termo usado por apoiadores da Lava Jato justamente para criticar a operação. A publicação tem uma tiragem de 25 mil exemplares e é assinada por um “coletivo de comunicadores populares”. O jornal apresenta notícias desabonadoras – e questionáveis – sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o vice-presidente Michel Temer (PMDB), o governador Beto Richa (PSDB) e o ministro do STF Gilmar Mendes. A manchete faz menção a um possível acordo entre Temer e Cunha para abafar a Lava Jato.