A delegada Erika Marena, integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, é favorita para encabeçar a lista tríplice elaborada pela Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) para indicação do próximo delegado-geral da Polícia Federal (PF). A eleição ocorre nesta segunda-feira (30) e a lista deve ser entregue ao presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e ao ministro da Justiça Alexandre de Moraes na quarta-feira (1).
Para o presidente da ADPF Carlos Eduardo Sobral, a paranaense é uma das favoritas por ser uma das coordenadoras da Operação Lava Jato. “Ela é experiente no combate a crimes financeiros e à corrupção, e por coordenar a Lava Jato, evidentemente seu nome se torna um dos favoritos para encabeçar a lista tríplice”, disse.
Caso seja nomeada, Erika seria a primeira mulher a assumir o comando da PF na história da corporação. “É muito positivo no sentido de empoderamento das mulheres em uma instituição totalmente masculina. Ela é um nome muito forte para encabeçar a lista tríplice”, disse Sobral.
A previsão é que o atual delegado-geral da PF Leandro Daiello deixe o cargo logo após as Olimpíadas do Rio de Janeiro. A ADPF aguarda confirmação de agenda do presidente em exercício para realizar a entrega da lista tríplice organizada pela instituição nessa quarta.
“Nós temos certeza de que o presidente Michel Temer acatará a lista trílplice”, disse Sobral. Ele minimizou as declarações feitas pelo ministro da Justiça, que criticou a elaboração da lista tríplice como forma de indicar o novo diretor-geral da PF. “A gente vê com naturalidade essa resistência do ministro da Justiça porque é uma mudança de cultura. Num primeiro momento ele ainda está tomando conhecimento de como a instituição funciona”, disse o presidente da ADPF.
O ministro afirmou na última quinta-feira (26) que a Direção-Geral, os Diretores, os Superintendentes Regionais e “todos os que estão atuando nas grandes operações” desaprovam o processo da lista em andamento. Para a ADPF, o ministro “demonstra clara desinformação sobre o funcionamento da Polícia Federal”. Os delegados rebateram as declarações de Moraes.
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