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A mulher do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Cláudia Cruz virou ré em um dos processos da Lava Jato conduzidos em primeira instância nesta quinta-feira (9). O juiz Sergio Moro acatou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) no início desta semana.

De acordo com a denúncia, Claudia recebeu em suas contas parte da propina destinada a Eduardo Cunha (PMDB) por negócios com a Petrobras. Os recursos, segundo o MPF, foram utilizados, por exemplo, para pagar compras de luxo feitas com cartões de crédito no exterior.

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Parte dos gastos dos cartões de crédito, que totalizaram US$ 854,3 mil, foram usados para aquisição de artigos de grife, como bolsas, sapatos e roupas femininas. Outra parte dos recursos foi destinada para despesas pessoais diversas da família de Cunha, entre elas o pagamento de empresas educacionais responsáveis pelos estudos dos filhos de Cunha, como a Malvern College (Inglaterra) e a IMG Academies LLP (Estados Unidos).

Claudia vai responder na Justiça pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O MPF afirmou, ainda, que as investigações vão prosseguir em relação a Daniele Ditz, filha de Cunha, e a outros investigados.

Conselho de Ética

Desde o ano passado, Cunha responde a um processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Ele é acusado de supostamente ter mentido aos colegas na CPI da Petrobras ao afirmar não ter contas no exterior. O processo de cassação, porém, já é o mais longo da história e ainda não chegou ao desfecho.

Caso perca o mandato, Cunha passa a ser investigado e processado na Lava Jato em primeira instância, sob os cuidados do juiz federal Sergio Moro. O último parlamentar cassado por causa da Lava Jato foi o ex-deputado federal André Vargas.

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Após a perda de prerrogativa de foro no STF, as investigações contra ele voltaram para Moro, em fevereiro de 2015. Logo depois, em abril, ele foi preso preventivamente na carceragem da PF em Curitiba, durante a 11.ª fase da Lava Jato. Em setembro, tornou-se o primeiro político condenado em um processo derivado da Lava Jato. A pena decretada por Moro foi de 14 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.