Para fundamentar a intensa relação mantida pelo publicitário João Santana com o PT, os procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato citam, em denúncia apresentada à Justiça Federal na última semana, diversos e-mail que mostram a grande influência do trabalho dele no partido, mesmo fora do período de campanha eleitoral, e inclusive nos bastidores da condução de políticas do governo federal.
Os procuradores citam, primeiramente, que Santana e sua mulher Monica Moura atuaram na condução de grande parte das principais campanhas realizadas pelo PT entre 2002 e 2014, como do ex-presidente Lula (2006), da presidente Dilma Rousseff (2010 e 2014), do senador Delcídio do Amaral (2002), de Marta Suplicy para a prefeitura de São Paulo (2008), e de Gleisi Hoffmann na corrida pela prefeitura de Curitiba (2008).
Sobre a presença de Santana no governo, há citação a um e-mail de novembro de 2015, em que o ministro das Comunicações Edinho Silva pede a Santana opinião sobre uma proposta de linha publicitária a ser seguida nas Olimpíadas. Outro correio, de outubro, em que estão copiados Silva, os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Jaques Wagner (Casa Civil) e a assessora especial da presidência, Deise Ramos, se refere a material que trata da lei da CPMF.
Já em dezembro de 2015, há uma troca de correios eletrônicos entre Santana e o presidente do PT, Rui Falcão. Intitulado “Tarefa Impossível”, o e-mail solicita auxílio do publicitário para a elaboração do programa que seria divulgado pelo PT. Embora tenha afirmado não ter disponibilidade de tempo para preparar diretamente o programa, na mensagem, Santana sugere uma estratégia de promoção do ex-presidente Lula.
Os procuradores também citam Santana como intermediador dos contatos com o ex-presidente Lula e a presidente Dilma. Neste e-mail, de novembro, o ex-governador da província argentina de Córdoba, José Manuel de la Sota – na campanha do qual Santana atuou em 2015 – diz ao publicitário que desejaria marcar uma conversa com a presidente para tratar da situação política da Argentina e da posição do novo presidente do país, Mauricio Macri.
Em outro correio eletrônico, de outubro, o ex-ministro de Assuntos Estratégicos dos governos Dilma e Lula, Mangabeira Unger, pede a Santana auxílio para conseguir uma reunião com a presidente, com a proposta de apresentar soluções para o país.
Em outro e-mail, Unger encaminha ao publicitário, inclusive, uma solicitação formal de audiência com Dilma.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Teólogo pró-Lula sugere que igrejas agradeçam a Deus pelo “livramento do golpe”
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”